PLANO DE PARIS: CONTRIBUIÇÕES PARA O PLANEJAMENTO URBANO CONTEMPORÂNEO
Aluno de Iniciação Científica: Antonella Arcoverde Gobbo (Bolsista permanência)
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Orientador: Antonio Manoel Nunes Castelnou Neto
Departamento: Arquitetura
Setor: Tecnologia
Palavras-chave: Urbanismo , Planejamento Urbano , Paris
Área de Conhecimento: 60400005 - ARQUITETURA E URBANISMO
De origens gaulesas e romanas, Paris é a capital e maior cidade da França, possuindo uma população de pouco mais que 2,2 milhões de pessoas, mas cuja região metropolitana atinge cerca de 12 milhões de habitantes, transformando-a em uma das maiores áreas de concentração urbana da Europa. Devido à sua estratégica posição territorial, em terrenos férteis e no cruzamento de importantes eixos de circulação e comércio, prosperou a partir da Idade Média e tornou-se centro político, econômico e cultural da Renascença até a era contemporânea. Paris foi uma das primeiras capitais europeias a se industrializar, o que iniciou um processo de planificação urbana em meados do século XIX, durante o Segundo Império, entre 1851 e 1870, quando Napoleão III reinava. Esta pesquisa de iniciação científica faz parte do projeto intitulado "Arquitetura e Sustentabilidade: Bases Conceituais para o Projeto Ecológico" e estuda teoricamente o plano urbanístico de Paris, empreendido pelo então prefeito Barão de Haussamann (1808-91); considerado modelo e inspiração para muitas cidades do mundo a partir desse período. Através do levantamento web e bibliográfico de informações, fez-se a caracterização de evolução histórica e desenvolvimento socioeconômico de Paris, descrevendo o contexto de sua industrialização e apontando as diretrizes utilizadas na sua planificação. A cidade, que até então possuía traçado essencialmente medieval e renascentista com ruas fechadas e pouco lineares, passou por uma ampla reforma, antecipada pela Lei de Expropriação de 1840 e pela Lei Sanitária de 1850, seguindo o modelo pós-liberal adotado pelo barão. Várias ruas e boulevares foram abertos, de traçados regulares e retilíneos, tanto no interior como na periferia da cidade, preservando-se apenas praças e monumentos tradicionais. Novas edificações foram propostas, visando a unidade arquitetônica das fachadas, além de terem sido implementados diversos serviços coletivos, tais como: sistemas de abastecimento de água e esgoto, iluminação e transporte; assim como a construção de hospitais, escolas, quartéis e principalmente parques públicos. A pesquisa conclui-se com um quadro geral sobre a reforma urbana de Paris, descrevendo suas motivações estéticas, técnicas e militares, relacionadas aos conceitos de higienismo, embelezamento classicista e controle político das massas, através da maior facilidade de circulação de tropas para controle de revoltas. Por fim, avalia-se as contribuições que esse processo trouxe para o surgimento e afirmação do planejamento urbano moderno e futuros desdobramentos.