CRÍTICA AO ENSINO DA ECONOMIA: O USO DA RACIONALIDADE INSTRUMENTAL COMO MEIO DE DOMINAÇÃO E INIBIÇÃO DO CARÁTER EMANCIPATÓRIO DA RAZÃO CRÍTICA

Aluno de Iniciação Científica: André Pressendo Mendes (PET)
Curso: Ciências Econômicas
Orientador: FABIANO ABRANCHES SILVA DALTO
Departamento: Economia
Setor: Ciências Sociais Aplicadas
Palavras-chave: Ensino de Economia , Teoria Crítica , Escola de Frankfurt
Área de Conhecimento: 60000007 - CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

O presente intenta uma elementar aproximação à problemática que atravessa o ensino da Economia na Academia Brasileira e a identificação de elementos que, por sua vez, impedem a manifestação da razão crítica dos agentes sociais. O ensino da Economia, hodiernamente, deixa transparecer seu interesse inibidor e dominador da razão crítica. Nesse contexto, os estudantes meramente reproduzem o que lhes é passado.  Não bastasse a mera reprodução, um número não desprezível de economistas aparenta estar em harmonia com a situação em que se encontra o ensino em variadas instâncias e territórios. O comprometimento com a renovação do pensamento econômico e o papel do professor como guia de seus "peripatéticos" a um conhecimento emancipatório mostra-se cada vez mais penoso, uma vez que sugere uma inércia sujeita ao cumprimento de planos de estudos. O processo de reprodutibilidade técnica nas academias, com o uso dos chamados manuais como método de propagação de paradigmas, é muito custoso para a aproximação ao esclarecimento. Não obstante, este instrumento evidencia a total dissociação da teoria com o debate e um velado interesse na mera reprodução da dominação como ideologia. Sem embargo, o aprendiz mostra-se cada vez mais afastado do pensamento crítico, de caráter transformador da sociedade. Em vista disso, a análise seguirá a direção traçada por Theodor W. ADORNO e Max HORKHEIMER, autores da primeira geração da chamada Escola de Frankfurt. Ambos reuniram, no ano de 1947, uma série de fragmentos filosóficos e publicaram o livro intitulado "Dialética do Esclarecimento", o qual far-se-á parte da estrutura da análise no que tange à indústria cultural. Constituindo a análise, ainda, está a possibilidade de mundo contraposta por HORKHEIMER no artigo "Teoria tradicional e Teoria Crítica" (1937). Neste, a idéia de que o conhecimento acerca das relações entre os seres humanos dar-se-ia por um processo metodológico, neutro e finito, o qual teria na figura de René DESCARTES o referencial, é veementemente contestada. Considera-se, de antemão, que graduais transformações no ensino da Economia despertariam os olhares críticos dos aprendizes e, de toda sorte, romperiam com a lógica educacional que tem na Universidade um instrumento de formação de operadores fadados à mera reprodutibilidade técnica da teoria dominante, integrantes do corpo da indústria do conhecimento em que a teoria propagada, ao que se diz mainstream, sustenta um poder explicativo supostamente neutro, absoluto e que possui legitimação por meio do Estado capitalista.

 

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