ESTUDO COMPARATIVO DO ASSENTAMENTO DE SEMENTES DE OSTRAS (CRASSOSTREA SP.) EM DIFERENTES PERÍODOS NA BAÍA DE GUARATUBA-PR

Aluno de Iniciação Científica: Vinicius Sales Rodrigues (PIBIC-AF/CNPq)
Curso: Zootecnia
Orientador: Antonio Ostrensky Neto
Co-Orientador: Marcus Vinicius Fier Girotto
Colaborador: Patricia Sampaio Monteiro
Departamento: Zootecnia
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Ostreicultura , Recrutamento , Sementes
Área de Conhecimento: 50603035 - OSTREICULTURA

A produção de moluscos é uma opção de renda para pescadores artesanais, pois a atividade exige pouco investimento na implantação trazendo índices satisfatórios de retorno. No Brasil a maricultura encontra-se em terceiro lugar na aquicultura. Sendo o estado de Santa Catarina o maior produtor seguido pelo Paraná. Com exceção de Santa Catarina, os outros estados têm a atividade restrita devido à dificuldade de obtenção de formas juvenis (sementes) de ostras (Crassostrea sp.). A maioria das sementes obtidas para o abastecimento dos cultivos vem da extração de bancos naturais, o que pode ocasionar uma pressão sobre os estoques naturais. A utilização de coletores artificiais pode ser uma boa alternativa ao extrativismo. O objetivo desse trabalho foi identificar o assentamento de sementes no período de verão em anos distintos. No mês de janeiro dos anos 2010, 2011 e 2012, 19 coletores foram distribuídos em pontos de cultivos espinhel, entre as lanternas, na região da Baía de Guaratuba (PR), em profundidades de 30 e 100 cm. Os coletores eram compostos por três placas retangulares de PVC, lixadas para facilitar o assentamento e unidas por cordas, com distância vertical de 5 cm. Para manter a estabilidade, garrafas PET preenchidas por água e areia eram amarradas na extremidade inferior. Os coletores permaneceram durante 60 dias submersos na água. Após esse período os coletores foram retirados e levados ao LAPOA (Laboratório de Pesquisa em Organismos Aquáticos), onde foram desmontados, lavados e armazenados. Após a lavagem de todos os coletores foram realizadas a triagem, contagem e separação por tamanho das ostras assentadas. Os resultados foram trabalhados através do teste de Mann-Whitney. Foi percebido um grande pico de assentamento no verão de 2012, onde 4134 sementes foram coletadas, número muito elevado se comparado aos anos anteriores onde o máximo de sementes assentadas se deu em 2010, com apenas 264 e o mínimo em 2011 com 193. Estatisticamente os dados de 2010 e 2011 não possuem diferença significativa, no entanto ambos se diferem de 2012 onde há diferença significativa no número de ostras coletadas. O pico no recrutamento talvez seja explicado por anomalias climáticas ocorridas no verão de 2012, quando foi registrado o fenômeno La Niña, a precipitação foi menor e a temperatura mais elevada, tais condições podem ter favorecido o assentamento de ostras.

 

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