METODOLOGIA DE FORMAÇÃO DE CASAIS DE GRAMMA BRASILIENSIS EM LABORATÓRIO
Aluno de Iniciação Científica: Maiko Vinicius Zanella (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Agronomia
Orientador: Antonio Ostrensky Neto
Co-Orientador: Ana Silvia Pedrazzani
Colaborador: Alexandre Guilherme Becker, Francesco Perissinoti Magnani, Moisés Knaut Tokarski
Departamento: Zootecnia
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Gramma brasiliensis , Piscicultura ornamental , Aquicultura
Área de Conhecimento: 50603000 - AQUICULTURA
Os estoques de Gramma brasiliensis foram muito afetados pela exploração sofrida pela espécie para abastecimento do mercado da aquariofilia. Atualmente, sua coleta encontra-se proibida pelo IBAMA, no entanto, a demanda do mercado continua a existir e tem sido suprida por uma espécie exótica bastante semelhante, Gramma loreto,e pelo comércio ilegal da espécie. Este trabalho teve como objetivo descrever a formação de casais de G. brasiliensis em laboratório, condição indispensável para o desenvolvimento da tecnologia de reprodução da espécie em cativeiro. Foram coletados 26 exemplares de G. brasiliensis em estágio adulto, no município de Guarapari - ES e transportados via aérea a Curitiba – PR, onde é sediado o Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais – GIA/UFPR . Em seguida, os animais foram aclimatados em um aquário, com volume de 240 L de água, por um período de dez horas. O pH foi mantido em 8,3, a temperatura em 28ºC e a salinidade em 30. Para a seleção de casais, observou-se a presença de comportamentos de corte, agonísticos e de submissão entre os peixes. Definiu-se como comportamento de corte a natação lenta do macho ao redor da fêmea, sem apresentar agressividade e, após um período, ambos delimitavam um território e passavam a defendê-lo dos demais indivíduos. O comportamento agonístico foi identificado a partir da agressividade entre os peixes (perseguições e mordidas), e o de submissão identificado quando o peixe permanecia escondido a maior parte do tempo. Animais com interação agressiva foram considerados machos e aqueles que permaneceram submissos, fêmeas. Cada peixe agressivo foi colocado isoladamente com um submisso, visando assim formar um novo casal. Após identificado, cada casal foi isolado dos demais peixes e transferido para um sistema de recirculação composto por tanques de 100 L, onde permaneceram ao longo de 30 dias para a confirmação do resultado. Ao todo quatro pares apresentaram comportamento de corte, onze peixes demonstraram comportamento agressivo, e sete, submisso. Dos 11 casais inicialmente obtidos, nove prosseguiram com comportamento de casal durante a fase de observação e dois apresentaram comportamento agonístico. Através da análise estatística de proporcionalidade verificou-se que a percentagem de acertos (75,8%) em relação à formação de casais foi maior do que o de erros (24,2%), validando a técnica de separação de casais de Gramma brasiliensis por comportamento. Os resultados obtidos durante esta etapa são preliminares, e serão confirmados com a detecção de ovos fertilizados nos tanques.