Aluno de Iniciação Científica: Natália de Lima da Silva (IC-Voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Palotina
Orientador: Raimundo Alberto Tostes
Co-Orientador: Edilson Caron
Colaborador: Filipe Krasinski Cestari, Marília Melo Favalesso
Departamento: Campus Palotina
Setor: Campus Palotina
Palavras-chave: fauna-cadavérica , alterações cadavéricas , alterações geoclimáticas
Área de Conhecimento: 50503006 - PATOLOGIA ANIMAL
A sucessão de artrópodes em material biológico em decomposição, assim como as alterações estruturais sofridas por este material são previsíveis em muitos aspectos e, portanto, passíveis de uso na estimativa do tempo de morte de um animal para fins forenses. Nas últimas décadas tem se observado um progresso significativo nesses tipos de estudo, que tem como aplicação mais relevante, a determinação do intervalo pós-morte (IPM), feito por meio da sucessão entomológica no cadáver ou pela idade de desenvolvimento das larvas. No presente estudo utilizamos quatro carcaças de suínos, uma para cada estação do ano, e para cada uma delas foram realizadas observações diárias e coleta de dados de temperatura do solo, da carcaça e do ambiente; também, com base na classificação de REED, que divide o grau de decomposição em 4 estágios: fresco, gasoso, coliquativo e seco, caracterizamos cada fase de decomposição em que se encontrava a carcaça. Em relação às estações do ano, observamos que há forte influência das variações do clima sobre a decomposição da carcaça, a quantidade e os tipos de espécies encontradas. A decomposição mais longa durou 56 dias e ocorreu no inverno, estação que apresenta médias de temperatura de 17°C, umidade relativa do ar de 75% e pluviometria de 4,8 mm; observamos que não há presença de insetos na fase fresca, como ocorre no verão, por exemplo, e duas espécies de estafilanideos se destacam em número em relação a outras, sendo que uma prevalece mais na fase gasosa e a outra na coliquativa e de esqueletização. No verão a média de temperatura encontrada foi de 25°C, 72% de umidade relativa e 3,1 mm de pluviometria; insetos da família Cicindelinae aparecem desde a primeira fase de decomposição e apresentam maior número. Nessa estação há presença de ovos de dípteros e coleópteros na carcaça cerca de 20 horas após a morte, e apesar de possuir maior número de insetos que nas demais, os longos períodos sem chuva diminuem a atividade bacteriana e o desenvolvimento dos insetos, aumentando o tempo de decomposição, em relação às outras estações, isso ocorre também no inverno. Os menores tempos de decomposição foram na primavera, 22 dias e no outono, 39 dias; também apresentam média de umidade relativa do ar mais alta se comparada às demais, na primavera de 71,5% e no outono de 80,5%, criando um ambiente propício para a proliferação das bactérias, insetos, e aceleração da decomposição. Gradientes crescentes de temperatura na primavera, com média de 22,5°C, e decrescentes no outono, com média de 21,5°C, também colaboram para a criação desse ambiente.