ESTUDO PRELIMINAR DA FAUNA CADAVÉRICA NO MUNICIPIO DE PALOTINA, PARANÁ – SUCESSÃO ENTOMOLÓGICA
Aluno de Iniciação Científica: Marília Melo Favalesso (IC-Voluntária)
Curso: Ciências Biológicas - Gestão Ambiental - Palotina
Orientador: Raimundo Alberto Tostes
Co-Orientador: Edilson Caron
Colaborador: Filipe Krasinski Cestari & Natália de Lima da Silva
Departamento: Campus Palotina
Setor: Campus Palotina
Palavras-chave: entomologia forense , sucessão cadavérica , insetos necrófagos
Área de Conhecimento: 50503006 - PATOLOGIA ANIMAL
O processo de decomposição cadavérica pode ser estudado a partir da fauna habitante do cadáver e pelos fenômenos post mortem. A sequência de proliferação e sucessão de espécies entomológicos no corpo em putrefação é chamada de "sucessão entomológica". O presente estudo objetivou levantar a fauna entomológica cadavérica e a sua sucessão associada à carcaça de porco doméstico; o campo de experimento foi uma área de mata nativa dentro do Campus Palotina, no período de junho de 2011 a abril de 2012. Foram utilizados sequencialmente quatro suínos de 15 kg utilizando-se um protocolo de eutanásia, sendo os mesmos depositados na mata, com armadilhas entomológicas do tipo Shannon modificada e do tipo pitfall. As observações do experimento eram lançadas em protocolo de coleta de dados desenvolvido especificamente para este modelo experimental. As coletas entomológicas e descritivas eram diárias até a esqueletização completa da carcaça, somando um total de 10992 insetos coletados (2731 Coleópteras, 5623 Dípteros, 1090 Hymenopteras, 361 Orthopteras, 281 Hemípteras, 811 Lepidópteras, 45 Dermapteras, 33 Blatodeas e 17 de demais ordens). No inverno foi coletado um total de 3280 indivíduos, dos quais 13,72% eram coleópteros e 62,9% dípteros; ambas as ordens prevaleceram na esqueletização. A primavera foi marcada por evidente prevalência de coleópteros na fase coliquativa (total de 1108 somente nesta fase), 839 exemplares Dípteros, e uma coleta de 2730 espécimes de todas as ordens durante a estação. No verão foi coletado um total de 809 exemplares de coleópteros (31,21%) e 962 dípteros (37,11%), dentre 2592 indivíduos em todas as ordens encontradas. Nesta estação a fase de decomposição com maior ocorrência de insetos foi a esqueletização, com 708 Coleópteros e 666 Dípteros. No outono houve uma mudança de padrão, com a ordem Hymenóptera sendo a segunda mais comum (65,3% eram Dípteros, 21,64 % Hymenopteros e 13,05% os demais); e a fase coliquativa como a contendo o maior número de indivíduos por ordem (total de 1256 indivíduos coletados nesta fase). Nas estações, as fases de decomposição com menores visitações por insetos foram à fresca, de coloração e gasosa. A fase coliquativa foi a que mais contribuiu em número de capturas nas estações primavera (80,62% da coleta) e outono (53%), enquanto a esqueletização foi a mais rica em capturas no verão (73,64%) e inverno (46,70%). Houve, porém, inversão na ordem de ocorrência, portanto quando se sobressaiu à fase coliquativa em quantidade coletada, a fase de esqueletização foi a segunda mais importante na estação e vice-versa.