ESTUDO PRELIMINAR DA FAUNA CADAVÉRICA NO MUNICIPIO DE PALOTINA, PARANÁ – ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS ESTRUTURAIS

Aluno de Iniciação Científica: Filipe Krasinski Cestari (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Medicina Veterinária - Palotina
Orientador: Raimundo Alberto Tostes
Co-Orientador: Edilson Caron
Colaborador: Marília Melo Favalesso, Natália de Lima da Silva
Departamento: Campus Palotina
Setor: Campus Palotina
Palavras-chave: fauna cadavérica , alterações cadavéricas , entomologia forense
Área de Conhecimento: 50503006 - PATOLOGIA ANIMAL

A sucessão de artrópodes em material biológico em decomposição, assim como as alterações estruturais sofridas por este material, são previsíveis em muitos aspectos e, portanto, passíveis de uso na estimativa do tempo de morte de um animal. Esta estimativa é baseada no conhecimento do ciclo biológico das espécies colonizadoras do material decomposto. Com base nisto, o presente trabalho objetiva caracterizar a diversidade da fauna cadavérica nas condições ambientais do município de Palotina, a sucessão desta fauna e a determinação de uma cronologia de alterações cadavéricas associadas à fauna a partir de um modelo animal.  Foram utilizados quatro suínos como modelos experimentais, sendo um para cada estação do ano. Os animais foram submetidos à eutanásia utilizando-se um protocolo farmacológico e as carcaças depositadas ao solo em uma área de mata nativa. Espécimes de insetos foram coletados por meio de armadilhas. Temperaturas do ar, solo, carcaça e pluviometria foram aferidas. O passo das alterações cadavéricas foi observado segundo a classificação de OLIVEIRA-COSTA, em cinco fases: fresca, coloração, gasosa, coliquativa e esqueletização. A fase fresca apresentou variações entre as estações, com o início da formação de livores na região ventral e início do abaulamento do abdômen nas estações verão e inverno, mas nenhuma alteração pós-morte na primavera e outono; durou 2 dias em 3 estações. Na fase de coloração os livores atingem máxima expressão, culminando em manchas de embebição hemoglobínica e esverdeadas; breve, com duração inferior a 24 horas em todos os experimentos. Durante a fase gasosa, o cadáver assumiu uma postura com hiperextensão de membros e ocorreu a protrusão do reto pelo ânus em decorrência do acúmulo de gases na cavidade abdominal; esta fase teve duração de 24 horas na maioria das estações e fim marcado pelo rompimento da parede abdominal. Durante a fase coliquativa houve o desprendimento da epiderme, liquefação dos órgãos internos e marcante ação de larvas sobre o cadáver; a duração variou de 3 a 15 dias. O último estágio de decomposição, esqueletização, é marcado pela presença de pele como único tecido mole remanescente; esta se apresenta ressecada e enegrecida; tem longa duração com as observações sendo suspensas por volta dos 30 dias de duração da fase. O presente estudo justifica-se pela importância da caracterização da fauna cadavérica no município de Palotina como uma ferramenta da cronotanatognose, importante prática no meio forense e que carece de estudos voltados específicamente para a região oeste do Paraná.

 

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