ESTUDO RETROSPECTIVO DE 10 CARCINOMAS NOS OLHOS E ANEXOS OCULARES DE CÃES

Aluno de Iniciação Científica: Mariza Bortolini (Pesquisa voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Fabiano Montiani Ferreira
Co-Orientador: Leticia Olbertz
Colaborador: : Renan Schiebel, Ana Letícia G. de Souza, João Alfredo Kleiner
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Carcinoma espinocelular , carcinoma sebáceo epiteliomatoso , neoplasia
Área de Conhecimento: 50503006 - PATOLOGIA ANIMAL

Neoplasias corneanas primárias são raras em cães. Neoplasias conjuntivais, limbais ou intraoculares podem invadir a córnea. O carcinoma espinocelular (CEC) é tumor maligno que pode acometer pálpebras, conjuntiva, terceira pálpebra e bulbo ocular de todas as espécies domésticas. Sabe-se que a exposição à radiação solar e a ausência de pigmentação e pelos nos anexos oculares são fatores predisponentes. O risco para desenvolvimento de CEC aumenta com a idade, atingindo o pico entre 10 e 11 anos de idade, não havendo predisposição racial ou sexual. Este tumor pode ser classificado em três categorias com base em seu tamanho, invasividade e atipia: papiloma, carcinoma in situ e CEC invasivo. Relata-se a ocorrência de 5 carcinomas nos olhos e anexos de cães. Os casos foram retirados de arquivo de importantes centros de oftalmologia veterinária da cidade de Curitiba/PR, no período de 5 anos. Confirma-se a ocorrência do CEC em adultos de idade avançada, sendo a mediana idêntica à média de idade de 10 anos (±3,50) anos. Apenas um cão jovem, com 2 anos de idade foi acometido, fato considerado raro. Houve diferença sexual dos animais acometidos, sendo 5 cães (62,5%), e 3 cadelas (37,5%). Foram observados 2 casos de CEC na córnea (25%); 2 CEC da cavidade nasal com invasão retrobulbar (25%); 2 carcinomas orais com invasão retrobulbar (25%); 1 palpebral (12,5%), e por último, 1 (12,5%) na terceira pálpebra, concomitantemente à conjuntivite crônica neutrofílica. As raças dos animais diagnosticados por CEC incluíam: Boxer (1), Dobermann (1), Spitz Alemão (1), Cocker Spaniel (1), Pointer (1), Pointer Inglês (1) e sem raça definida (2). O carcinoma sebáceo epiteliomatoso foi diagnosticado neste estudo em cão da raça Cocker Spaniel, em idade adulta (12 anos), ambos fatores relatados como predisponentes. Além do carcinoma sebáceo epiteliomatoso, outro caso isolado neste estudo inclui um carcinoma basocelular na pálpebra de cadela da raça Poodle, de 9 anos, raça considerada como marcador de risco para esta neoplasia. Os carcinomas nos olhos e anexos oculares de cães devem ser diferenciados entre si, papilomas, adenomas, epiteliomas tarsais e neoplasias melanocíticas. As características macroscópicas podem sugerir uma neoplasia, porém, a diferenciação se dá apenas pela análise histopatológica. Destaca-se a importância de encaminhar proliferações teciduais nos olhos e anexos oculares de cães para análise histopatológica, a fim de adotar as apropriadas condutas terapêuticas e conhecer melhor a distribuição e epidemiologia destes.

 

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