ESTUDO ELETROCARDIOGRÁFICO E CARACTERÍSTICAS AUSCULTATÓRIAS EM CAVALOS UTILIZADOS PARA TRAÇÃO E PASSEIO NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - PR

Aluno de Iniciação Científica: RAFAEL LEME MARQUES (IC-Voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: IVAN ROQUE DE BARROS FILHO
Co-Orientador: AMÁLIA TURNER GIANNICO
Colaborador: IVAN DECONTO, PETERSON TRICHES DORNBUSH, CARLA AZOLINI CAMPOS
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: carroceiro , auscultação , eletrocardiografia
Área de Conhecimento: 50502000 - MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA

Os cavalos de tração (cavalos carroceiros) tem grande importância para a renda de famílias que os utilizam como meio de trabalho. Estes animais são submetidos, muitas vezes, a condições inadequadas de atividade física intensa. A literatura contribui com poucas pesquisas sobre a avaliação cardíaca deste grupo. Para a avaliação do coração destes animais, a auscultação cardíaca pode ser utilizada para diagnosticar distúrbios de ritmo e sopros que possam indicar doenças no sistema cardiovascular. A utilização da eletrocardiografia como exame complementar é um importante método diagnóstico que permite a detecção de doenças cardíacas, sejam estas primárias ou secundárias. Neste estudo foram avaliados 127 cavalos sem raça definida por meio da auscultação cardíaca e exame eletrocardiográfico (ECG). O estudo ocorreu na região metropolitana de Curitiba-PR, e os animais participavam do projeto de extensão "Projeto Carroceiro" realizado por professores e alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Destes animais, 63 eram cavalos carroceiros (322,4±68,16 Kg; 7,32±3,81 anos) e 64 não carroceiros (animais utilizados para passeio, esporte e lazer) (330,38±85,35 Kg; 7,74±4,11 anos). Para realização do ECG utilizou-se um aparelho computadorizado e os eletrodos foram posicionados de acordo com o sistema ápice-base. Os traçados foram registrados na derivação I pelo tempo de três minutos. Durante a realização do ECG e auscultação cardíaca os animais permaneceram em estação. Foi observado na ausculta cardíaca de 87,31% (55) dos carroceiros as bulhas S1 e S2; em 3,17% (2) as bulhas S1, S2 e S3 e em 9,52% (6) as bulhas S1, S2 e S4. No ECG, a média da frequência cardíaca (FC) foi de 41,77 ± 7,74 bpm. O ritmo sinusal normal foi encontrado em 61,90% (39) dos animais avaliados, a taquicardia sinusal em 34,92% (22), a arritmia sinusal em 1,58% (1), e o bloqueio atrioventricular de 2º grau foi observado em 1,58% (1). Nos cavalos não carroceiros 78,12% (52) apresentaram as bulhas cardíacas S1 e S2; 3,13% (2) as bulhas S1, S2 e S3 e 18,75% (12) as bulhas S1, S2 e S4. Foi observado sopro sistólico em foco mitral em 1,56% (1). A FC média foi de 44,03 ± 8,37 bpm. O ritmo sinusal normal foi encontrado em 59,37% (38) destes animais, a taquicardia sinusal em 39,06% (25) e a arritmia sinusal em 1,56% (1). Avaliando-se estes dados, pode-se concluir que tanto os cavalos carroceiros quando os cavalos de passeio deste estudo possuem baixa incidência de alterações no ritmo e sons cardíaco, podendo este fato estar relacionado ao tempo e tipo de exercício físico a que são submetidos.

 

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