CORRELAÇÃO DO HEMATÓCRITO, FIBRINOGÊNIO PLASMÁTICO E CAVALOS DE TRAÇÃO SORORREAGENTES PARA LEPTOSPIRA SP

Aluno de Iniciação Científica: Mariana Yumi Takahashi Kamoi (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Ivan Roque de Barros Filho
Co-Orientador: Alexander Welker Biondo
Colaborador: Mariane Angélica Pommerening Finger, Peterson Triches Dornbusch, Ivan Deconto
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Leptospira sp , cavalos de tração , hematócrito
Área de Conhecimento: 50502000 - MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA

A leptospirose é causada por bactéria do gênero Leptospira sp. No Brasil é considerada uma doença endêmica e constitui um sério risco a saúde pública. Cavalos usados para tração de carroças circulam por centros urbanos, e estão em contato direto com depósitos de materiais descartados e próximos de outros animais e pessoas, podendo servir de sentinelas. O presente estudo tem como objetivo correlacionar o hematócrito e fibrinogênio plasmático de cavalos de tração sororreagentes para Leptospira sp no município de Pinhais, Paraná. No ano de 2011 foi realizado o evento de extensão intitulado 'Dia do Carroceiro'. Atenderam- se 138 animais, sendo que 11 deles participaram de mais de uma coleta, totalizando 153 amostras de sangue. A coleta de sangue foi feita por venopunção jugular, com agulha de 40x12mm e tubos com e sem anticoagulante, em todos os animais. As amostras foram testadas contra 15 sorovares e títulos maiores ou iguais a 100 UI foram consideradas reagentes. As amostras de sangue total foram utilizadas para obter o hematócrito, proteína plasmática total e fibrinogênio. Das 153 amostras testadas, 15,03% (23/153) reagiram a Leptospira spp na soroaglutinação microscópica. Os sorovares mais prevalentes foram Pomona (47,83%) e Canicola (13,04%). Dos animais reagentes, 30,43 ± 0,033% foram considerados anêmicos por apresentarem hematócrito menor que 32%. E 8,69% (2/7) apresentaram fibrinogênio elevado (maior que 400 mg/dL), indicando presença de processo inflamatório. As médias dos dados laboratoriais dos animais reagentes e não reagentes foram, respectivamente: fibrinogênio 213, 04 ± 132,87 e 356,15 ± 251,45 mg/dL; Ht 36 ± 0,08 % e 37 ± 0,08 %. Não houve diferença entre os valores do hematócrito (p = 0,19) dos animais reagentes e não reagentes. Animais não reagentes apresentaram fibrinogênio mais alto do que animais reagentes (p = 0,03). Conclui-se que hematócrito e fibrinogênio plasmático não são afetados em cavalos reagentes. No presente trabalho não foi usado um critério de exclusão para se avaliar se o alto fibrinogênio de animais sororreagentes está relacionado apenas com a positividade para Leptospira sp, ou se o animal já apresentava lesões ou uma alta carga parasitária, o que no exame laboratorial indicaria a presença de um processo inflamatório. A prevalência para leptospirose em cavalos do município de Pinhais é de 15,03%, sendo importante o monitoramento dos cavalos carroceiros que circulam em centros urbanos, além de conscientização da população quanto à prevenção e riscos de zoonoses, como a leptospirose.

 

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