AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA CONTENÇÃO MANUAL NA RESPOSTA ELETROCARDIOGRÁFICA E CARDÍACA DE COELHOS DA RAÇA NOVA ZELÂNDIA

Aluno de Iniciação Científica: Andreise Costa Przydzimirski (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Fabiano Montiani-Ferreira Co-Orientador: Amália Turner Giannico
Departamento: Medicina Veterinária Colaborador: Leandro Lima, Rogério Ribas Lange
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: eletrocardiograma, imobilidade tonica, coelhos
Área de Conhecimento: 50501062 - CLÍNICA VETERINÁRIA

Na vida selvagem a resposta animal mais comum frente a uma ameaça é conhecida como "resposta de luta ou fuga'', caracterizada pela ativação do sistema nervoso simpático, que resulta em taquicardia, vasoconstrição periférica, aumento da pressão arterial e dilatação venosa da musculatura. Em contraste, alguns animais podem responder permanecendo imóveis, especialmente quando abordados por predadores não havendo possibilidade de fuga. O fenômeno é chamado de imobilidade tônica (IT) e pode ser induzido por contenção física. Acredita-se tratar de forma de defesa adaptativa que diminui as chances de continuidade dos ataques do predador, aumentando a chance de sobrevivência. A IT pode durar de segundos até horas e já foi relatada em mamíferos, aves, répteis e anfíbios. A prevalência e reprodutibilidade da bradicardia durante a IT ainda é desconhecida. Objetiva-se estudar a frequência cardíaca (FC) por meio da eletrocardiografia durante IT induzida por meio de contenção física em 20 coelhos (Oryctolagus cuniculus) da raça Nova Zelândia, 12 fêmeas e 8 machos, de 6 meses de idade. A IT foi induzida após contenção física na região cervical, em seguida mantendo o animal em decúbito lateral, simulando assim a subjugação produzida por um predador.
A FC foi mensurada em três períodos de um minuto cada: pré-contenção (Pré-C); contenção física (C) epós-contenção (Pós-C). O período C foi subdividido em três etapas de 20 segundos (s), para observação da variação da FC durante a IT. A FC média obtida para cada período foi: Pré-C= 255,65 ± 30,36 bpm, C= 196 ± 64,37 bpm e Pós-C= 257,55 ± 33,17 bpm. Para a análise estatística empregou-se o teste ANOVA e valores de P<0,05 foram considerados significativos. Observou-se na IT um decréscimo significativo (P<0,0001) de 23,34% da FC durante o período C, com aumento consecutivo de 24,9% no Pós-C. Em alguns coelhos a resposta foi mais pronunciada, com diminuição de até 82% da FC. Na subdivisão do período C, houve decréscimo da FC durante os primeiros 20s com aumento nos 40s seguintes, no entanto, essa variação não foi estatisticamente significante. Sugere-se que na IT há inibição do sistema nervoso simpático e ativação do sistema nervoso parassimpático.
Tais reações parecem ocorrer quando o animal é submetido a um estado de medo. A avaliação da FC contribuiu para caracterizar a resposta cardíaca durante a IT em coelhos. Mais estudos são necessários para que as dúvidas acerca do mecanismo biológico envolvido neste fenômeno fisiológico sejam respondidas, contudo a FC pode ser utilizada como parâmetro para nortear tais pesquisas.

 

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