O IMPACTO DA ULTRASSONOGRAFIA ABDOMINAL DE CÃES E GATOS ATENDIDOS EM PROGRAMAS CORRELATOS A MEDINA VETERINÁRIA DO COLETIVO: ESTUDO RETROSPECTIVO

Aluno de Iniciação Científica: Rafaelle Cristine Dea (IC-Voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Tilde Rodrigues Froes
Colaborador: Daniela Aparecida Ayres Garcia, Kamila Lopes de Faria
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: diagnostico por imagem , coletivo , ultrassonografia
Área de Conhecimento: 50501038 - RADIOLOGIA DE ANIMAIS

A Medicina Veterinária do Coletivo apresenta um caráter interdisciplinar e tem como um dos seus objetivos o manejo e controle populacional de animais, tanto dos abrigos como da população carente e de animais errantes que vivem sob cuidados da comunidade local. Na UFPR esse manejo é feito em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses do município de Pinhais-PR e o Hospital Veterinário da UFPR por meio da disciplina de Técnica Cirúrgica Veterinária do curso de Medicina Veterinária da UFPR. A parceria atua nos controles populacionais com as cirurgias de ovariohisterectomia (OSH), e na educação dos proprietários e comunidades sobre posse responsável.  A ultrassonografia é uma importante modalidade diagnóstica e auxilia na investigação de doenças da cavidade abdominal e na detecção precoce da gestação. O objetivo desse estudo foi analisar os laudos ultrassonográficos e as imagens arquivadas de forma retrospectiva dos animais que realizaram o exame ultrassonográfico antes do procedimento cirúrgico de OSH, verificando a ocorrência de alterações abdominais ou gestação. Foram avaliados durante o período de três anos, 333 animais, sendo 283 cadelas e 50 gatas. A média de idade de todos os animais foi de 2,18 anos. A maioria das cadelas era sem raça definida 79,5%, assim como as gatas com 92%. Cinco cadelas (1,76%) e três gatas (7%) foram excluídas do procedimento cirúrgico devido a gestação. Houve urgência na realização da OSH devido a sinais de infecção uterina em 24 cadelas (8,4%), em uma gata com feto morto (2%) e em quatro cadelas (1,4%) com Dioctophyma renale. O resultado do exame ultrassonográfico influenciou no reagendamento cirúrgico em seis cadelas (2,12%) das quais, cinco casos eram de cistite e um caso de suspeita de pancreatite. Nas gatas, dois casos indicativos de cistite crônica também mudaram o cronograma da cirurgia, sendo todos tratados previamente. O planejamento cirúrgico foi modificado em duas fêmeas caninas (0,7%), estas tinham um cálculo em vesícula urinária e um corpo estranho gástrico. Comprova-se nesse estudo que a ultrassonografia é uma modalidade diagnóstica interessante para se descobrir lesões abdominais eventualmente não percebidas nesse tipo de paciente, já que a história clínica pode ser falha ou nula. O resultado do exame pode interferir no agendamento das cirurgias, manejo de temporização e  adequação do planejamento cirúrgica. Conclui-se que a ultrassonografia abdominal deve-se então ser recomendada como técnica de quarentena em exames pré-castração e em animais de abrigo na busca de enfermidades abdominais. 

 

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