COMPARAÇÃO ENTRE INFUSÃO CONTÍNUA INTRAVENOSA (TIVA) DE PROPOFOL E ANESTESIA DISSOCIATIVA EM PRIMATA
Aluno de Iniciação Científica: VANESSA NADINE GRIS (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Ricardo Guilherme D'Otaviano de Castro Vilani
Colaborador: Rafaela Galante, Elizabeth Regina de Carvalho, Dorli da Silva Amora Junior
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: primatas , propofol , tiletamina-zolazepam
Área de Conhecimento: 50501011 - ANESTESIOLOGIA ANIMAL
Primatas cativos em zoológicos, centros de triagem e centros de pesquisa frequentemente requerem anestesia para procedimentos de manejo clínico ou cirúrgico. A anestesia dissociativa é rotineiramente utilizada, porém apresenta um longo tempo de recuperação, inviável para animais de difícil manejo e que precisam ser rapidamente reintegrados ao grupo. Em animais domésticos, o propofol é administrado em infusão contínua promovendo um plano anestésico seguro e com rápido retorno à consciência. O objetivo deste estudo foi comparar a anestesia dissociativa utilizando tiletamina e zolazepam com a infusão contínua de propofol quanto à qualidade e ao tempo de recuperação. Foram utilizados 40 animais provenientes do Centro Nacional de Primatas das seguintes espécies: macaco-prego (MP - Cebus sp.), bugio-preto (BU - Alouatta caraya), macaco-de-cheiro (SA - Saimiri sciureus), macaco-da-noite (AO - Aotus azarae) e macaco-verde-africano (AF - Chlorocebus aethiops). Os animais foram pré-medicados com midazolam e meperidina e divididos em dois grupos. No primeiro grupo quatro animais de cada espécie foram induzidos com 2 a 4 mg/kg/min de propofol até completa perda do reflexo palpebral. A infusão foi então iniciada a uma taxa de 0,4 mg/kg/min, podendo sofrer variações para ajuste do plano anestésico. No segundo grupo outros quatro animais de cada espécie receberam 5 mg/kg de tiletamina-zolazepam e doses adicionais de 2,5 mg/kg quando movimentos voluntários foram observados. Nos dois protocolos a anestesia foi mantida por 60 minutos. Foram avaliados os tempos para início de movimentos voluntários, mudança de decúbito dorsal para decúbito lateral, decúbito ventral voluntário e ambulação normal. A recuperação anestésica foi caracterizada como excelente, boa, razoável ou ruim. Os tempos de recuperação foram comparados estatisticamente pelo Teste-t e a qualidade pelo teste exato de Fischer. Em todas as espécies foram observados valores significativamente menores com propofol para decúbito ventral (MP - 43,0 ± 21,4 x 219,3 ± 139,7 min; BU 52,2 ± 36,0 x 160,0 ± 86,4 min; SA- 32,0 ± 16,8 x 83,6 ± 11,0 min; AO - 29,2 ± 24,3 x 151,7 ± 44,1 min; AF - 59,7 ± 15,6 x 230,7 ± 78,2 min) e ambulação normal (MP - 93,0 ± 27,2 x 493,7 ± 47,8 min; BU - 70,3 ± 35,6 x 319,2 ± 144,7 min; SA - 58,2 ± 22,3 x 358,0 ± 109,0 min ; AO - 55,7 ± 32,0 x 510,2 ± 192,1 min; AF - 100,2 ± 64,6 x 311,0 ± 33,3 min). A qualidade de recuperação anestésica foi superior e o tempo de recuperação menor em todas as espécies estudadas com a infusão contínua de propofol.