AVALIAÇÃO DA AÇÃO ANALGÉSICA DOS OPIOIDES FENTANIL, SUFENTANIL E REMIFENTANIL EM INFUSÃO CONTÍNUA NA ANESTESIA DE MACACOS-PREGO (CEBUS APELLA)
Aluno de Iniciação Científica: Dorli da Silva Amora Junior (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Ricardo Guilherme D'Otaviano de Castro Vilani
Colaborador: Elizabeth Regina de Carvalho, Rafaela Galante, Vanessa Nadine Gris
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: primatas , propofol , opioides
Área de Conhecimento: 50501011 - ANESTESIOLOGIA ANIMAL
A infusão de opioides tem se mostrado um excelente método para promover analgesia e reduzir o volume de anestésico utilizado durante a anestesia. O objetivo deste trabalho foi avaliar a infusão contínua de propofol associada aos opioides fentanil, sufentanil e remifentanil quanto à qualidade do plano anestésico, analgesia e variação na taxa de infusão do propofol, em macacos-prego (Cebus apella), durante 60 minutos. Foram utilizados 24 macacos, divididos em quatro grupos, pré-medicados com 4 mg/kg de meperidina e 5 mg/kg de midazolam, por via intramuscular. A indução foi realizada com 2 mg/kg/min de propofol associado com 20 µg/kg/h de fentanil (FENT), 4 µg/kg/h de sufentanil (SUF), 20 µg/kg/h de remifentanil (REMI) ou 0,04 ml/kg/h de solução fisiológica (PRO), até completa perda de reflexo palpebral. Foi administrado 1 l/min de oxigênio por meio de máscara laríngea, em ventilação espontânea, durante os 60 minutos de anestesia. A manutenção anestésica foi iniciada com 0,4 mg/kg/min de propofol associado com taxas fixas dos respectivos opioides nos grupos FENT (10 µg/kg/h), SUF (2 µg/kg/h) e REMI (5 µg/kg/h) ou solução fisiológica (0,02 ml/kg/h) no PRO. A taxa de propofol foi alterada em ambos os grupos a partir da avaliação do plano anestésico, de acordo com a resposta a estímulos nociceptivos provocados por neuroestimulador no braço direito a cada cinco minutos. Foram avaliadas frequências cardíaca e respiratória, pressão arterial sistólica, média e diastólica, temperatura, saturação de oxigênio e capnometria (ETCO2) a cada 5 minutos. As médias foram analisadas estatisticamente entre grupos pelo método de ANOVA e comparadas pelo teste de Tukey-Kramer. Não houve importantes diferenças nos parâmetros fisiológicos, exceto por aumento significativo na ETCO2 (p< 0,05) a partir de 10 minutos de anestesia e na frequência respiratória (p< 0,05) nos primeiros 20 minutos no SUF. A taxa de infusão média de propofol no grupo controle foi de 0,364 ± 0,18 mg/kg/min. A adição de opioides reduziu significativamente (p< 0,01) a taxa média de infusão de propofol em todos os grupos em relação ao PRO (FENT = 0,233 ± 0,16; SUF = 0,186 ± 0,15; REMI = 0,243 ± 0,14 mg/kg/min). As infusões dos opioides fentanil, sufentanil e remifentanil nas taxas propostas reduzem o requerimento de propofol em 36, 49 e 33% respectivamente, perante estímulo doloroso em macacos-prego. A taxa de infusão de 2 µg/kg/h de sufentanil apresenta maior redução no requerimento de propofol, porém em ventilação espontânea promove depressão respiratória.