VIABILIDADE EXTRA-CORPÓREA DO FLUIDO RUMINAL DE BOVINOS FRENTE A ALIMENTAÇÃO IN VIVO, TEMPERATURA DE CONSERVAÇÃO E TEMPO DE ARMAZENAMENTO
Aluno de Iniciação Científica: Camila Cecília Martin (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Medicina Veterinária - Palotina
Orientador: Erica Cristina Bueno do Prado Guirro
Colaborador: Ayrton Rodrigo Hilgert
Departamento: Campus Palotina
Setor: Campus Palotina
Palavras-chave: bovino , fluido ruminal , conservação
Área de Conhecimento: 50501003 - CLÍNICA E CIRÚRGIA ANIMAL
Transfaunação é a transferência de fluido ruminal de um animal sadio para um ruminante portador de transtornos digestórios a fim de fornecer microbiota viável à metabolização da ingesta. O ideal é fornecer fluido ruminal recém coletado, mas muitas vezes isso se torna impossível e uma das alternativas é a obtenção de fluido ruminal de um bovino sadio recém abatido. Assim, o presente estudo verificou a viabilidade do fluido ruminal de bovinos alimentados a pasto ou com pasto e concentrado que foram recém abatidos. O fluido ruminal coletado foi avaliado a fresco e em T2h, T4h, T6h, T9h, T12h, T18h, T24h, T36h e T48h de conservação em temperatura ambiente, refrigeração, congelamento seguido de descongelamento em refrigerador ou em banho-maria. Foram avaliados cor, consistência, odor, pH, potencial de redução do azul de metileno, concentração de cloreto, atividade protozoária e coloração de Gram. Os dados paramétricos foram analisados pelo teste ANOVA de uma via com repetições múltiplas e os dados não paramétricos pelo teste Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Student-Newman-Keuls (p<0,05). Quanto às características organolépticas, o fluido ruminal dos animais alimentados a pasto variou em função do tempo e do método de armazenamento, porém nos animais alimentados com pasto e concentrado tais mudanças foram mais precoces. No líquido ruminal dos animais alimentados a pasto, o pH variou significativamente em função do tempo, mas não entre os métodos de conservação. Conservado em banho-maria, o líquido ruminal apresentou redução do percentual de protozoários viáveis a partir de T12h, redução na motilidade dos protozoários e aumento no tempo de redução do azul de metileno em T9h; nos outros métodos de conservação as alterações ocorreram anteriormente. Nos bovinos alimentados com pasto e concentrado, o pH variou significativamente conforme o tempo e o método de conservação. Houve redução da motilidade dos protozoários nas amostras mantidas em banho-maria em T4h e aumento no tempo de redução do azul de metileno a partir de T9h. Apesar dessas alterações, os valores ainda permaneceram dentro dos limites de normalidade até T12h. Portanto, concluiu-se que a alimentação não interfere na conservação do fluido ruminal, mas os métodos de conservação influenciam na viabilidade deste, sendo que a conservação em banho-maria é mais eficiente, pois torna segura e viável a utilização do líquido ruminal por até 6 horas após a coleta.