CORDECTOMIA POR CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA EM CAVALOS
Aluno de Iniciação Científica: Eduarda Maciel Busato (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Peterson Triches Dornbusch
Colaborador: Ivan Deconto, Ivan Roque de Barros Filho, Ricardo Guilherme D´Otaviano de Castro Vilani.
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: cordectomia , hemiplegia laríngea , equinos
Área de Conhecimento: 50501003 - CLÍNICA E CIRÚRGIA ANIMAL
Hemiplegia laríngea é uma afecção das vias aéreas superiores observada em alguns equinos. Geralmente decorre de neuropatia do nervo laríngeo recorrente, levando à paralisia de músculos da laringe, com aumento da resistência das vias aéreas superiores acompanhada de ruído respiratório. O diagnóstico é realizado por exame endoscópico e o único tratamento é o cirúrgico. Várias técnicas são descritas, dentre estas a cordectomia (retirada da corda vocal afetada) para a eliminação do ruído. A abordagem atual para esta cirurgia exige técnicas cruentas com complicações pós operatórias decorrentes do acesso por laringotomia. Levando em conta estes aspectos, sugere-se uma nova abordagem por meio de cirurgia video endoscópica. Esta cirurgia minimamente invasiva visa reduzir complicações pós operatórias e o tempo de recuperação. Neste trabalho foram utilizados cinco equinos, sendo a técnica desenvolvida em duas etapas. A primeira (cadavérica) consistiu em realizar cordectomia bilateral em dois cavalos, totalizando quatro cordas vocais. A segunda etapa foi a realização da cordectomia unilateral esquerda em três equinos com hemiplegia laríngea. Os cavalos foram anestesiados e posicionados em decúbito dorsal, não sendo intubados para permitir acesso à corda vocal. A manutenção da anestesia foi por meio de anestesia intravenosa total com fornecimento de oxigênio por sonda nasal. Durante a cirurgia utilizou-se dois videoendoscópios da marca storz, a corda vocal foi tracionada por uma pinça de apreensão endoscópica de 3,2mm, através de um canal de trabalho. Com o segundo equipamento realizou-se a resseção da corda vocal com um eletrodo flexível adaptado para eletrocirurgia. No pós operatório os pacientes receberam penicilina benzatina e flunixim meglumine e foram avaliados semanalmente através de exame clínico e endoscópico atécicatrização da ferida cirúrgica.A remoção das cordas vocais esquerdas dos cavalos da segunda etapa foi realizada em aproximadamente 23 minutos. No pós operatório observou-se moderada inflamação ao redor da incisão, sendo o tempo de cicatrização total de 21 dias em um cavalo e 28 dias em dois. Um animal demonstrou tecido de granulação exuberante, necessitando de aplicação intralesional de 6mg de acetato de triancinolona (via transendoscópica) aos 14 dias após a cirurgia. Não foram observadas outras complicações, deste modo, a realização da cordectomia em equinos com electrobisturi por via transendoscópica demonstrou ser perfeitamente viável, não necessitando da realização de curativos diários como ocorre na técnica por laringotomia.