SINAIS CLÍNICOS, DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E SOROLOGIA DE CÃES COM SUSPEITA DE LEPTOSPIROSE
Aluno de Iniciação Científica: Célia Regina Tkacz (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Simone Tostes de Oliveira Stedile
Colaborador: Claudia Martins Galindo
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: leptospirose , cães , sinais clínicos
Área de Conhecimento: 50500007 - MEDICINA VETERINÁRIA
A leptospirose é uma importante zoonose de ocorrência mundial, que atinge diversas espécies animais, dentre elas o cão, considerado a segunda maior fonte de infecção de leptospirose para o homem. Os cães podem se infectar com vários sorovares de Leptospira interrogans, apresentando sinais clínicos como icterícia, vômito e dor abdominal, que são inespecíficos, podendo ser confundidos com outras doenças e dificultando o diagnóstico. Neste estudo, foram avaliados 18 animais de clínicas veterinárias particulares da região metropolitana de Curitiba-PR. Foi aplicado um questionário contendo os dados da identificação de cada cão (idade, raça, sexo), sinais clínicos apresentados (febre, dor abdominal, diarréia, vômito, insuficiência renal, hemoptise, icterícia, emagrecimento), início da apresentação dos sinais (dias), vacinação prévia para leptospirose. Foi mantido contato com as clínicas para informações sobre melhora ou óbito dos cães. Os animais tinham entre 3 meses e 16 anos de idade, sendo a maioria fêmea e sem raça definida. Dentre estes, 11 apresentaram-se reagentes para L. interrogans sorovares icterohaemorrhagiae e copenhageni com titulação igual ou superior a 1:100 e 2 animais com titulação 1:25, identificando início de infecção ou contato com a leptospira. O sorovar de maior prevalência foi o copenhageni, encontrado em 9 animais infectados, seguido de icterohaemorrhagiae. Estatisticamente, não houve diferença entre animais soropositivos e soronegativos em relação aos sinais clínicos ou os outros parâmetros do questionário. Quanto aos sinais clínicos mais relevantes observados nos animais infectados, verificou-se dor abdominal em 8 (72%) cães e febre, vômito e emagrecimento em 6 (54%) animais; todos os cães deste estudo estavam ictéricos, visto que era um dos principais sinais clínicos para suspeita de leptospirose. Os animais apresentavam sinais clínicos há 1 até 8 dias. Quanto aos óbitos, foram observados em 3 animais infectados e em 2 não infectados, sendo que um deles não era reagente para nenhum sorovar e outro apresentava titulação 1:25 para icterohaemorrhagiae e 1:25 para copenhageni; porém 1:25 foi não considerada neste estudo, pois para confirmação da doença deveria ser realizada a soroconversão, porém não houve tempo hábil. É importante ressaltar que os sinais clínicos citados eram observados também em animais não reagentes, demonstrando dificuldade na confirmação da doença e, sendo, portanto útil a associação de outras técnicas, como a PCR, para um diagnóstico mais acurado.