PESO CORPORAL DIÁRIO EM VACAS LEITEIRAS DE ALTA PRODUÇÃO NOS PRIMEIROS 100 DIAS DE LACTAÇÃO E ASSOCIAÇÕES COM O DESEMPENHO PRODUTIVO E REPRODUTIVO

Aluno de Iniciação Científica: Maria Luíza Schultz Canha (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Agronomia
Orientador: Rodrigo de Almeida
Colaborador: Sandro Luiz Viechnieski
Departamento: Zootecnia
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: balança automática , balanço energético negativo , rebanho leiteiro
Área de Conhecimento: 50403010 - EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DOS ANIMAIS

O balanço energético negativo é considerado um evento fisiológico em vacas leiteiras no início da lactação. Neste período há uma elevada exigência energética e proteica para a síntese do leite, no entanto, a ingestão de alimentos é insuficiente para supri-la, resultando em perda de peso corporal. O objetivo deste trabalho foi descrever e quantificar as mudanças no peso corporal (PC) diário nos primeiros 100 dias de lactação em um rebanho leiteiro de alta produção e correlacioná-las com o desempenho produtivo e reprodutivo. A análise foi realizada a partir de 16.825 pesagens diárias obtidas de 243 vacas da raça Holandesa em um rebanho de Cascavel-PR. As medidas de PC eram automaticamente coletadas após o segunda ordenha diária, ao redor das 12:00h, em vacas que pariram entre jun/2011 a fev/2012. As vacas foram distribuídas de acordo com a ordem de lactação em três grupos: 1º parto (99 vacas), 2º parto (63 vacas) e 3 ou mais partos (81 vacas). As curvas de PC diário nos primeiros 100 dias de lactação foram individualmente suavizadas pelo procedimento TPSPLINE do SAS. Correlações simples de Pearson foram estimadas pelo procedimento CORR do SAS. O efeito de ordem de lactação nas variáveis que retratam a variação do PC foi determinado pelo procedimento GLM do SAS. O PC médio ao parto foi de 631 ± 89 kg (565 para primíparas, 653 para vacas de 2º parto e 694 para vacas de 3+ partos). Já o PC mínimo foi em média de 581 ± 82 kg (518 para primíparas, 610 para vacas de 2º parto e 636 para vacas de 3+ partos). Não foram encontradas diferenças (P>0,05) entre vacas de distintas ordens de parição para a diferença entre o peso ao parto e o peso mínimo, tanto em valores absolutos (49,6 kg) como relativos (-7,7%). Entretanto vacas de 3+ partos demoraram mais dias para alcançar o peso mínimo quando comparadas com vacas de 1 e de 2 partos; 39 vs. 32 e 28 dias pós-parto, respectivamente. O desempenho reprodutivo do rebanho no período avaliado foi insatisfatório; somente 22,4% e 9,8% das vacas emprenharam nos primeiros 100 dias e entre 101-150 dias pós-parto, respectivamente; enquanto que 67,8% das vacas não ficaram prenhas ou somente emprenharam após 150 dias pós-parto. As produções acumuladas nos primeiros 100 dias pós-parto das vacas multíparas (3862 para vacas de 2º parto e 3775 para vacas de 3+ partos) foram superiores (p< 0,01) a de vacas primíparas com 3410 kg. Entretanto, ao contrário da hipótese normalmente aceita pela indústria, não foi encontrada uma correlação positiva e significativa (P>0,05) entre produção de leite e grau de mobilização das reservas corporais.

 

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