A INFLUÊNCIA DA BORDA NOS ESTIMADORES DE PARÂMETROS DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA

Aluno de Iniciação Científica: Claudia Carla Cardozo (CNPq-Balcão)
Curso: Engenharia Florestal
Orientador: Sebastião do Amaral Machado
Colaborador: Luís César Rodrigues da Silva, Naiara Teodoro Zamin, Yuri Accioly
Departamento: Ciências Florestais
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: efeito de bordadura , incremento periódico anual , composição florística
Área de Conhecimento: 50202049 - DENDROMETRIA E INVENTÁRIO FLORESTAL

Esta pesquisa teve por objetivo estudar o efeito da borda nos estimadores de parâmetros de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista com 11,74 ha de área total, considerando uma borda com largura de 20 m, resultando em 3,411 ha. A área localiza-se no Campus Jardim Botânico da Universidade Federal do Paraná. Foram avaliadas diferenças quanto ao crescimento e à fitossociologia entre borda e interior e, para tal análise, foram utilizados dados de dois censos anteriormente realizados, o primeiro em 2007 e o segundo em 2010. Todos os indivíduos com DAP maior ou igual à 10 cm tiveram seus CAPs medidos com fita métrica, foram numerados, pintados em seus DAPs, georreferenciados e identificados à nível de espécie, as quais foram classificadas como pioneiras ou não pioneiras. O total de espécies encontradas foi de 113, pertencentes à 51 famílias, totalizando 9473 indivíduos. As espécies da borda apresentaram um DAP médio de 18,97 cm e média do IPA dos indivíduos de 0,32 cm; enquanto no interior o DAP médio foi de 18,77 cm e média do IPA dos indivíduos de 0,28 cm, não apresentando diferenças significativas. Já quanto à fitossociologia as diferenças foram significativas: foram encontradas 16 espécies no interior que não aparecem na borda e 12 que, ao contrário, estão na borda e não no interior. Porém, todas essas espécies com baixa representatividade, não chegando a 0,7% do total. Na borda 32,88% dos indivíduos são pioneiros, enquanto no interior esse número cai para 15,79%. Os indivíduos mais numerosos foram Casearia sylvestris (espécie não-pioneira), representando 17,64% do total dos indivíduos do interior e 8,07% da borda, Schinus terebinthifolius (espécie pioneira): 0,77% no interior e 10,10% na borda, Luehea divaricata (espécie não pioneira): 9,40% no interior e 4,87% na borda e ainda Gochnatia polymorfa (espécie pioneira): 0,71% no interior e 7,29% na borda. Essas diferenças devem-se à maior incidência de luz na borda, favorecendo o aparecimento de espécies oportunistas. Já a ausência de diferenças significativas no incremento em diâmetro é explicada pelo pequeno tamanho do fragmento, comportando-se todo como uma grande borda.

 

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