DINÂMICA DA BIOMASSA AÉREA E DO CARBONO AO LONGO DE UMA DÉCADA EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA
Aluno de Iniciação Científica: Guilherme Camacho Cadori (Outro)
Curso: Engenharia Florestal
Orientador: Carlos Roberto Sanquetta
Co-Orientador: Ana Paula Dalla Corte
Colaborador: Alexandre Behling
Departamento: Engenharia e Tecnologia Florestal
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: biomassa , carbono , dinâmica
Área de Conhecimento: 50202006 - MANEJO FLORESTAL
A Floresta Ombrófila Mista (FOM) teve sua área reduzida, principalmente pela expansão da agropecuária e pela exploração madeireira da araucária. Embora seu remanescente original seja pequeno e apresente grande importância, continua sofrendo pelas ações antrópicas. Este estudo teve como objetivo compreender a dinâmica de biomassa e carbono da FOM. Esta dinâmica está diretamente associada à capacidade das árvores em sequestrar carbono da atmosfera e fixá-lo em sua biomassa pelo processo da fotossíntese. Para este estudo da dinâmica destas variáveis considerou-se apenas a parte aérea. Foram utilizados dados de 4 parcelas permanentes, no município de São João do Triunfo – PR, avaliados nos anos de 2000 e 2009. Foram amostrados todos os indivíduos com dap (diâmetro à altura do peito) superior ou igual a 10 cm. Árvores mortas, bem como as ingressas, foram computadas. O cálculo de biomassa e teores de carbono foi realizado a partir das equações de Ratuchne (2010) e Watzawick et al. (2004), respectivamente. A dinâmica da biomassa e carbono foi caracterizada através da avaliação dos incrementos e estoque total entre grupos de espécies (Araucárias, Canelas e Outras Espécies), famílias, espécies e classes diamétricas com amplitude de 10 cm. Fez-se o mapeamento espacial desta distribuição. O estoque de biomassa foi de 202,77t/ha para 2000 e de 220,18t/ha para 2009. O estoque de carbono foi de 84,71tC/ha para 2000 e 92,03 tC/ha para 2009. Observou-se um incremento anual nesta floresta da ordem de 1,74t/ha de biomassa e 0,73tC/ha para carbono. O grupo das Araucáriasapresentou o maior estoque e incremento em biomassa e carbono (51% do total), seguido das Outras Espécies e das Canelas. Entre as famílias, se destacaram em estoque e incremento Araucariaceae e Lauraceae. Dentre as classes diamétricas amostradas, as de 10 à 80cm de dap apresentaram o maior estoque e incremento. A distribuição do estoque de carbono e seu arranjo espacial não se deram de forma homogênea entre as parcelas. Os maiores estoques ocorreram nas subparcelas constituídas principalmente por indivíduos de Araucaria angustifolia. Conclui-se que o crescimento em biomassa e carbono da floresta nativa, em estágio de desenvolvimento semelhante a este observado, é lento, repercutindo em baixa estocagem de carbono, porém o grande papel dessas florestas está na conservação, ou seja, manutenção dos estoques de carbono, evitando-se emissões por sua eventual destruição.