MORTALIDADE DE ESPÉCIES ARBÓREAS AO LONGO DE UMA DÉCADA EM UMA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA

Aluno de Iniciação Científica: Heloisa Pscheidt (Pesquisa voluntária)
Curso: Engenharia Florestal
Orientador: Carlos Alberto Sanquetta
Co-Orientador: Ana Paula Dalla Corte
Colaborador: Alexandre Behling, Greyce C. B. Maas
Departamento: Ciências Florestais
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: mortalidade , Floresta com Araucária , dinâmica
Área de Conhecimento: 50202006 - MANEJO FLORESTAL

A Floresta Ombrófila Mista (FOM), caracterizada principalmente pela ocorrência de Araucária angustifolia, encontra-se reduzida em sua ocorrência sobre forte influência antrópica. Estudos de restauração são indispensáveis nesse contexto. Este trabalho teve como objetivo avaliar a mortalidade de indivíduos em remanescente da FOM num período de dez anos (2000 a 2009).  Para tanto, foram utilizados dados de quatro parcelas permanentes, sendo três de um hectare e uma de meio hectare, localizadas no município de São João do Triunfo – Paraná, e avaliadas anualmente neste período durante o inverno. Foram amostrados todos os indivíduos com diâmetro à altura do peito (dap) =10 cm, totalizando 3.075 indivíduos (somados com os ingressos ao longo do monitoramento), identificando seus respectivos gêneros, família e espécie. A mortalidade das árvores, bem como os indivíduos que atingiram o tamanho mínimo para a medição foram registradas. Foram caracterizadas a mortalidade total (plantas mensuradas no ano 2000 somadas as plantas ingressantes no período de 2000 a 2009); somente das plantas mensuradas no ano inicial; dos ingressos (dado entre os anos de 2000 e 2009); entre as classes diamétricas (com amplitude de 10 cm);e entre grupos, sendo eles: Araucárias: constituído dos indivíduos da espécie Araucária angustifolia, Canelas: indivíduos da família Lauraceae e Outras: demais espécies arbóreas. Ao longo da década de estudo, a taxa de mortalidade da floresta foi da ordem de 1,10% por ano, correspondendo a 338 indivíduos. 317 dos indivíduos mortos foram os mensurados em 2000 e o restante, 21, foram os ingressantes ao longo do monitoramento. O grupo das outras espécies apresentou a maior mortalidade, seguido das canelas e das araucárias. As famílias Lauraceae, Aquifoliaceae, Primulaceae, Fabaceae, e Canellaceae foram as que apresentam as maiores mortalidades em termos de número de indivíduos.  As espécies que apresentaram maior número de indivíduos mortos foram: Myrsine ferruginea, Mimosa scabrella, e Capsicodendron dinisii. Com relação ao dap, a maior taxa de mortalidade da floresta ocorreu nas classes de 10-20 e 20-30 cm, ou seja, indivíduos de pequeno porte. Os resultados estão condizentes com estudos similares publicados na literatura. A mortalidade é causada por diversos fatores, porém, merecem destaque, a exigência de luz de espécies pioneiras, encontradas em maior número no grupo das outras espécies, o qual teve maior mortalidade, e a competição entre árvores devido à alta densidade da FOM, que refletiu numa taxa de mortalidade maior entre indivíduos com menores dap. 

 

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