ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE INCÊNDIOS, NO PERÍODO DE 2000 A 2010, NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS E ZONAS DE AMORTECIMENTO DO SUL DO BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Heitor Renan Ferreira (Pesquisa voluntária)
Curso: Engenharia Florestal
Orientador: Alexandre França Tetto
Departamento: Ciências Florestais
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Fogo , Proteção florestal , Estatística de incêndios
Área de Conhecimento: 50201085 - PROTEÇÃO FLORESTAL
A ocorrência de incêndios é umas das maiores ameaças às unidades de conservação (UCs) e suas respectivas zonas de amortecimento. Para a elaboração de uma política de prevenção e uma destinação eficaz de recursos a essas unidades devem ser consideradas as estatísticas dos incêndios florestais. Este trabalho teve como objetivo analisar os registros de ocorrências de incêndio no período de 2000 a 2010 das unidades de conservação federais e zonas de amortecimento, pertencentes à região sul do Brasil, que correspondem a 41 UCs, sendo 20 delas de uso sustentável e 21 de proteção integral, totalizando 2.656.257,33 ha. Tal análise buscou identificar os períodos de maior incidência de incêndios, as principais causas, a quantificação de áreas afetadas e as unidades de conservação mais atingidas. Para isso, foram obtidos dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Fogo (SISFOGO), pertencente ao Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PREVFOGO). Os resultados mostraram que foram registrados 246 incêndios em 11 unidades de conservação federais (26,83% do total) ao longo do período analisado. O Parque Nacional de Aparados da Serra (RS) apresentou 113 ocorrências de incêndio (45,9% do total), o que o classificou como a unidade de conservação federal com o maior número de ocorrências, muito embora o Parque Nacional de Ilha Grande (PR) foi o mais afetado pelos incêndios, com uma área atingida de 161.510,75 ha (94,79% do total). No período analisado, o ano de 2006 apresentou a maior quantidade de ocorrência de incêndios, contabilizando 78 ocorrências (31,7% do total), além de apresentar a maior área queimada, 41.354,1 ha (24,3% do total). A maior incidência de incêndios ocorreram nos meses de agosto e setembro (55,7% do total), principalmente no período das 10:00 às 16:59 horas (66,3% do total). Somente 43 ocorrências apresentaram supostas causas de incêndio definidas (17% do total). Dessas, as "queimas para limpeza" e "incendiários" foram as principais causas, ocupando respectivamente 37,2% e 27,9%. As causas dos incêndios que atingiram maior área foram "raios", com 31.473 ha e "incendiários", com 6.755,50 ha. Conclui-se que é necessário intensificar as campanhas preventivas nos meses que antecedem e compreendem a estação normal de perigo de incêndios, sobretudo voltada aos agricultores do entorno das unidades de conservação.