INFLUÊNCIA DA ARBORIZAÇÃO DE RUAS NO CONFORTO TÉRMICO DA CIDADE DE CURITIBA-PR
Aluno de Iniciação Científica: Kendra Zamproni (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Florestal
Orientador: Daniela Biondi Batista
Co-Orientador: Angeline Martini
Departamento: Ciências Florestais
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: arborização urbana , microclima , IBUTG
Área de Conhecimento: 50200003 - RECURSOS FLORESTAIS E ENGENHARIA FLORESTAL
O intenso e contínuo processo de urbanização causa impactos negativos sobre a cidade, que podem convergirem alterações climáticas e influenciar na qualidade de vida da população. Uma forma de mitigação deste efeito seria a existência de vegetação no meio urbano. Dentre muitos benefícios proporcionados pela arborização, destaca-se a melhoria microclimática, que resultará em melhores níveis de conforto térmico. O objetivo desse trabalho foi analisar o conforto térmico proporcionado pela arborização de ruas. Para tanto foram coletados dados em trechos de duas ruas paralelas: Augusto Stresser que não possui árvores, e Dr. Goulin arborizada com exemplares de Tabebuia chrysotricha. Em cada uma das ruas foi instalado um medidor de stress térmico modelo TGD-400 da marca Instrutherm que calcula o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), índice esse que representa o efeito combinado da radiação térmica, temperatura de bulbo seco e temperatura de bulbo úmido. Além desde índice foram utilizadas as variáveis temperatura e umidade relativa do ar, também fornecidas por este aparelho. As coletas de dados foram feitas, a cada minuto, em todas as estações do ano no período das 12:00 as 14:00 horas (corrigido para o horário de verão). Os dados foram processados a cada dez minutos e as médias desses intervalos foram comparadas através do teste "t" de Student. Em nenhuma das estações do ano analisadas, o IBUTG ultrapassou o limite de tolerância para exposição ao calor de 30ºC estipulado pelo Ministério de Trabalho e Emprego (NR-15, anexo 3). O máximo valor desse índice (26,7ºC) foi encontrado na Rua Augusto Stresser no verão. A diferença de temperatura e umidade relativa entre as duas ruas foi de, respectivamente, 1,8ºC e 5,17% no verão, 2,09ºC e 2,57% na primavera, 3,36ºC e 11,8% no inverno e 1,4ºC e 7,34% no outono. Em todas as estações do ano houve diferença estatística significativa entre as variáveis temperatura e umidade relativa nas ruas analisadas. Em relação ao IBUTG, estatisticamente houve diferenças significativas no verão, na primavera e no outono. Isto indica que nestas estações, embora este índice esteja numa mesma classe de conforto, os resultados demonstraram diferenças entre as ruas com e sem arborização. Com isto é possível demonstrar a influência da arborização no conforto térmico das ruas.