ESTOQUE DE CARBONO E EMISSÕES DE ÓXIDO NITROSO E METANO NUM LATOSSOLO VERMELHO SOB SISTEMAS DE CULTURAS EM PLANTIO DIRETO

Aluno de Iniciação Científica: Bruna Ramalho (PIBIC/CNPq)
Curso: Agronomia
Orientador: Jeferson Dieckow
Colaborador: Márcio Amaral Albuquerque
Departamento: Solos e Engenharia Agrícola
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: gases de efeito estufa , plantio direto , microporosidade
Área de Conhecimento: 50101064 - MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

A agricultura é um dos principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa (GEE) para a atmosfera, e o solo tem um papel fundamental, pois atua como fonte de óxido nitroso (N2O). Porém dependendo do sistema de manejo, a emissão de N2O pode ser mitigada. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de longo prazo (21 anos) da adoção do sistema plantio direto com rotação de culturas na emissão anual de N2O de um Latossolo Vermelho no Sul do Brasil. O estudo foi conduzido em área experimental da Fundação ABC, no município de Ponta Grossa (PR). Os sistemas de culturas avaliados foram: (i) Trigo-Soja (Tr-So); (ii) Aveia-Milho-Trigo-Soja (Av-Mi-Tr-So); (iii) Ervilhaca-Milho-Trigo-Soja (Er-Mi-Tr-So); (iv) Azevém-Milho-Azevém-Soja (Az-Mi-Az-So); e (v) Alfafa-Milho (Alf-Mi). As avaliações de emissão de N2O ocorreram no vigésimo primeiro/vigésimo segundo ano de condução do experimento, com um total de 32 avaliações, iniciaram em 12/12/2010 e estenderam-se durante um ano. As amostras de ar foram coletadas com base no método de câmara estática e analisadas por cromatografia gasosa. A emissão de N2O em µg m-2 h-1 foi obtida através da variação da concentração do gás nos tempos 0, 15 e 30 minutos dentro da câmara. Os parâmetros do solo analisados foram a densidade e a porosidade de amostras indeformadas de solo pelo método do anel volumétrico, também foi analisada a umidade gravimétrica e a quantidade de nitrogênio inorgânico (NH4+ e NO3). As emissões acumuladas de N2O correlacionaram-se positivamente com a microporosidade do solo e negativamente com a macroporosidade, indicando que quanto maior a microporosidade e menor a macroporosidade, maior é a emissão de N2O. As condições do solo que interferem na disponibilidade de O2 afetam a emissão de N2O, por interferirem nos processos de nitrificação e desnitrificação. A maior emissão acumulada de N2O (4,1 kg N-N2O ha-1 ano-1) ocorreu no sistema Az-Mi-Az-So, possivelmente devido à menor macroporosidade e tendência de maior microporosidade que favorecem a ocorrência da desnitrificação. Essa emissão acumulada diminui na seguinte ordem, em kg N-N2O ha-1 ano-1: Er-Mi-Tr-So (3,4) > Av-Mi-Tr-So (3,0) > Alf-Mi (2,4) > Tr-So (2,1). O principal fator que determinou a taxa de emissão de N2O foi a microporosidade e macroporosidade do solo.

 

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