BIONERGIA A PARTIR DE BIOMASSA RESIDUAL DO MILHO COLETADA PELA COLHEDORA AUTOMOTRIZ
Aluno de Iniciação Científica: Barbara Elen Perazzoli (IC-Voluntária)
Curso: Agronomia
Orientador: Volnei Pauletti
Colaborador: Carla Sampaio Guimarães, Rodrigo Ambrósio
Departamento: Solos e Engenharia Agrícola
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Energia renovável , Poder calorífico superior , Biomassa residual
Área de Conhecimento: 50101056 - FERTILIDADE DO SOLO E ADUBAÇÃO
A produção de grãos para consumo humano ou animal gera um subproduto, a biomassa residual. Entre as culturas utilizadas para esta finalidade, o milho tem bastante expressão no Paraná, e produz grande quantidade desse resíduo. Com o aumento da demanda energética e a necessidade de reduzir o uso de combustíveis fósseis, o emprego dessa biomassa como alternativa geradora de energia no Brasil deve ser considerado, pois proporciona o equilíbrio na emissão de carbono. Com o objetivo de caracterizar quantitativa e qualitativamente a biomassa de milho que passa por colhedoras automotrizes, foram coletadas amostras de biomassa em quatro áreas cultivadas no Campo Experimental da Fundação ABC, em Castro, Paraná, usando big-bags fixados na saída da colhedora, no momento da colheita da safra 2011/12. Em cada área foram coletadas quatro parcelas de 2 linhas com 6 m de comprimento. Também foram coletadas manualmente parcelas de 2 linhas de 2 m da biomassa deixada no campo após a passagem da colhedora, para determinação da biomassa total por hectare. Em seguida, a biomassa foi separada em palha de espiga, folha, colmo, sabugo e grãos. Cada amostra foi pesada, moída, sub-amostrada e seca em estufa a 60°C até peso constante, para a determinação da matéria seca. A partir destes dados, foi determinada a produção de biomassa seca por hectare, a porcentagem da biomassa total que passa pela colhedora, e a participação de cada parte da planta na composição desta biomassa. Com o auxílio de uma bomba calorimétrica, o poder calorífico superior (PCS) de cada parte da planta foi determinado. A produção total média de biomassa residual foi 12.133 kg ha-1, e a biomassa residual colhida, 5.062 kg ha-1 (41,72% do total). Sua composição média foi 37,8% de palha de espiga, 9,2% de folha, 1,6% de colmo, 46,9% de sabugo e 4,5% de grãos (resultado da perda na colheita). O PCS médio obtido para cada parte da planta variou de 4.325 cal g-1 (folha) a 4.563 cal g-1 (sabugo). O PCS médio foi 4.497 cal g-1. Considerando que cada 3 kg de biomassa vegetal geram 1 kW h-1 de energia elétrica, só com a biomassa residual do milho que passa pela colhedora poderiam ser gerados 1.687 kW h-1 ha-1. Conclui-se que a utilização desta biomassa para a geração de energia pode ser uma alternativa para reduzir custos com energia no meio rural, sem causar impactos negativos na emissão de carbono na atmosfera.