CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB FLORESTAS SECUNDÁRIAS DA MATA ATLÂNTICA, GUARAQUEÇABA, PR
Aluno de Iniciação Científica: Rodrigo Jachuk (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Florestal
Orientador: Renato Marques
Colaborador: Peggy Heine
Departamento: Solos e Engenharia Agrícola
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: fertilidade , nutrientes , Floresta Atlântica
Área de Conhecimento: 50101005 - CIÊNCIA DO SOLO
A compreensão do funcionamento biogeoquímico em um ecossistema florestal é de suma importância para se avaliar a sua sustentabilidade, assim como a sua fragilidade. Um aspecto importante da sustentabilidade florestal está relacionado com as características físicas e químicas do solo. As relações entre estas características muitas vezes definem a disponibilidade de nutrientes às plantas nos ecossistemas. Para se atingir esta compreensão são necessárias caracterizações do meio físico (solos, clima) e do meio biótico (florestas). Nesta fase, deste trabalho, o objetivo foi a caracterização química do solo em florestas secundárias da Mata Atlântica. O trabalho foi realizado com amostras de solo coletadas na Reserva Natural do Itaqui, em Guaraqueçaba, PR, coletadas em sítios distintos, representando diferentes fases de sucessão secundária e denominadas: estágio herbáceo-arbustivo (H), inicial arbóreo (A), médio florestal (M) e floresta madura (F). As amostras foram coletadas de forma aleatória em 15 pontos diferentes, na profundidade de 0-5 cm. As 60 amostras coletadas passaram por análises químicas, nas quais foram determinados os parâmetros químicos de fertilidade do solo. Observa-se que com o avanço da idade da floresta a camada superficial do solo tende a se tornar mais ácida, assim como a aumentar os teores de Al, sendo esta acidez em solos florestais tropicais fato bem descrito na literatura. O aumento dos teores de alumínio estaria ligado à ciclagem do elemento via deposição/acumulação/decomposição da serapilheira florestal. O Mg apresentou pouca variação, enquanto o Ca mostrou-se mais elevado nas fases iniciais da sucessão, possivelmente por efeito residual da prática de calagem quando o solo tinha uso agrícola ou pastoril. Com o avanço da idade da floresta o Ca do solo foi sendo incorporado na vegetação, cuja biomassa aumenta com o avanço da sucessão secundária. Fósforo (P) e carbono (C) apresentaram maiores concentrações no estágio A, possivelmente devido ao acumulo de matéria orgânica procedente do estágio inicial(H), mas isto precisa ser melhor investigado. Os resultados, de maneira geral, mostram que as características químicas do solo podem variar em função da sucessão florestal, nas camadas superficiais do solo; e estas variações estariam relacionadas com as mudanças nos processos biogeoquímicos ao longo da sucessão.