PERDA DE SOLO POR EROSÃO EM FUNÇÃO DA EXTRAÇÃO DE PALHADA DA CULTURA DO MILHO PARA A PRODUÇÃO DE BIOENERGIA

Aluno de Iniciação Científica: Pergentino Luiz De Bortoli Neto (IC-Voluntária)
Curso: Agronomia
Orientador: Volnei Pauletti
Colaborador: Volnei Pauletti
Departamento: Solos e Engenharia Agrícola
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Bioenergia , Erosão superficial , Conservação do solo
Área de Conhecimento: 50101005 - CIÊNCIA DO SOLO

O mundo todo busca alternativas sustentáveis para as mais diversas atividades antrópicas. O setor energético é um dos setores da economia que apresenta as maiores capacidades impactantes sobre o meio ambiente devido as suas elevadas emissões de gases de efeito estufa, que acabam por promover o aquecimento do planeta. O uso de energias ditas limpas, como a gerada a partir de biomassa vegetal, é uma alternativa para a redução destes impactos ambientais. O uso da biomassa residual de cultivos agrícolas é uma forma de obtenção de energia renovável, sem competição com a produção de alimentos por utilizar-se do resíduo da produção dos mesmos. No entanto, esta biomassa tem papel fundamental na manutenção do sistema produtivo, principalmente no plantio direto, atuando na ciclagem de nutrientes e principalmente na proteção física do solo contra a erosão provocada pelas chuvas e ventos. Para verificar as consequências da extração da biomassa residual da cultura do milho para produção de energia, sobre as perdas de água e solo por erosão hídrica, foi conduzido ensaio de chuva simulada em casa de vegetação utilizando-se de um simulador de chuvas programável, sobre um solo de textura argilosa do município de Castro-PR. O trabalho avaliou a retirada de 0%; 25%; 50%; 75% e 100% da quantidade total de biomassa aérea residual obtida da produção de 11093 kg ha-1 de grãos de milho, totalizando o volume de 10441 kg ha-1 de palha correspondendo a um índice de colheita de 51,51%. Aplicou-se chuva simulada de 60 mm h-1 coletando-se o material escoado superficialmente em intervalos de 15 minutos durante duas horas. Concluiu-se que é possível extrair de 25 a 30% da biomassa residual do milho para produção de bioenergia sem aumentar significativamente as perdas de solo pelo escoamento superficial, e aumentando-se apenas em 6% as perdas de enxurrada. Quanto maior o tempo de duração da chuva, maiores são as perdas de enxurrada devido a saturação da capacidade de drenagem apresentada pelo solo, e menores as perdas de solo por escoamento superficial, devido a maior facilidade de remoção do solo no início da chuva. Mesmo no tratamento com 0% de extração da biomassa do milho houve escoamento superficial o que deve ser levado em consideração para as recomendações de técnicas que promovam a conservação do solo, principalmente em relevos mais acentuados e com longos comprimentos de rampa.

 

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