TRABALHO EM REDE: POTENCIALIDADES E PROBLEMÁTICAS VIVENCIADAS POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CURITIBA

Aluno de Iniciação Científica: Emelin Cristina da Silva (IC-Voluntária)
Curso: Terapia Ocupacional
Orientador: Luís Felipe Ferro
Colaborador: Ana Beatriz Zimmermann, Regina Célia Titotto Castanharo, Ariadne Tamara Bedin
Departamento: Terapia Ocupacional
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Trabalho em Rede , Intersetorialidade , Atenção Básica
Área de Conhecimento: 40800008 - FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL

A lei n° 8.080 foi criada para regulamentar as ações e serviços de saúde, como consequência da reforma sanitária. A partir deste marco, a Saúde passou por diferentes revisões, fazendo-se necessária intervenção ampla e o reposicionamento dos processos de trabalho em saúde. A intersetorialidade e o trabalho em rede passaram a se tornar, então, conceitos fundamentais para corporificar e fomentar esta nova prática em saúde. As ações em saúde, sob este prisma, devem utilizar os recursos existentes dentro da própria comunidade para compor atenção em rede, tecida em conjunto com equipamentos dos diferentes setores. O objetivo desta pesquisa é identificar as potencialidades e barreiras para o exercício do trabalho em rede. Para contemplar este objetivo, realizou-se uma pesquisa de campo do tipo exploratória, de cunho qualitativo. O procedimento utilizado para a coleta de dados foi entrevista não estruturada, do tipo focalizada. Foram entrevistados doze profissionais, sendo quatro profissionais do Núcleo de Apoio em Atenção Primária em Saúde e oito da Estratégia da Saúde da Família, vinculados a uma Unidade Básica de Saúde de Curitiba. A análise do material obtido com as entrevistas foi realizada através do método hermenêutico dialético. A partir da análise dos dados observou-se a importância atribuída pelos profissionais ao trabalho em rede, afirmando a necessidade de compor intervenções junto aos diferentes determinantes do processo de saúde-doença. Contudo, as entrevistas ressaltaram dificuldades para o exercício efetivo deste trabalho. O excesso da demanda de atendimentos; a falta de tempo dos profissionais para a realização de reuniões e composição de projetos terapêuticos compartilhados entre os equipamentos; assim como a dificuldade de comunicação entre os profissionais que atuam com um mesmo paciente foram aspectos ressaltados como barreiras para o trabalho em rede. A partir de algumas falas, evidenciou-se que o trabalho em rede muitas vezes fica restrito a encaminhamentos, sem a realização de acompanhamentos mais próximos e ações compartilhadas entre os serviços. Conclui-se que o trabalho em rede, embora previsto como uma das diretrizes do SUS apresenta, contudo, diversas barreiras a serem superadas para sua efetiva pragmatização. Para tanto, demonstram-se necessárias ações de formação continuada, assim como novas práticas e estratégias gerenciais em saúde, com destaque ao matriciamento, ainda não implementado no município, para proporcionar estrutura para fortalecer a atuação profissional pautada nas diretrizes da integralidade e do trabalho em rede.

 

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