A PROBLEMÁTICA DA SEPARAÇÃO DO LIXO: UM ESTUDO COM CATADORES E POPULAÇÃO EM UMA REGIÃO DE PIRAQUARA

Aluno de Iniciação Científica: Luana Moreira Lins (UFPR-EXTENSÃO)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Marcia Oliveira Lopes
Co-Orientador: Leandra Ulbricht
Colaborador: Alessandra Azevedo dos Santos, Camila Moreira Bacsfalusi, Fátima Aparecida de Lara
Departamento: Saúde Comunitária
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Reciclagem , Separação , Pesquisa-ação
Área de Conhecimento: 40602001 - SAÚDE PÚBLICA

A mudança de hábitos com o aumento da demanda por produtos descartáveis na sociedade atual gerou grande quantidade de resíduos sólidos que acaba por necessitar de um destino final adequado. Atualmente 60% dos resíduos não recebem um destino adequado o que demanda por parte do poder público e uma nova postura da população visando a separação do lixo que pode ser destinado a reciclagem.  Quando esta separação não é adequada ela acaba por impactar negativamente no trabalho dos catadores de lixo.  O objetivo deste estudo foi analisar a problemática da separação do lixo com dois públicos alvos. Com os catadores o objetivo foi identificar os principais problemas relatados e com a população no entorno, sobre seu discurso e práticas de separação. Como metodologia desenvolveu-se uma pesquisa-ação por meio de grupo focal com os catadores onde foi feita uma roda de conversa, obtendo informações sobre o estado de chegada dos resíduos ao barracão, as dificuldades na separação e as necessidades dos catadores, a partir da qual foi elaborado um questionário posteriormente aplicado à população para investigar suas práticas. Como principais resultados com os catadores identificou-se relatos e a presença de resíduos misturados aos materiais cortantes causando acidentes, da grande quantidade de lixo orgânico misturados ao lixo que deveria ser reciclado e também acúmulo de materiais que não apresentam compradores ou não são coletados corretamente pelos fabricantes como lâmpadas e pneus. Na sequência foram realizadas 107 entrevistas estruturadas com moradores maiores de idade, onde 70% dos entrevistados afirmavam que separavam o lixo e apenas 3% separam pilhas e baterias (apesar de afirmarem que separavam papel, plástico, metal e vidro). Em relação aos materiais pérfuro-cortantes, 38% diziam embrulhar, 33% que colocavam em outro recipiente (garrafas ou caixas), 11% embrulhavam e sinalizavam, 3% enterravam ou davam para carrinheiros, 7% jogavam direto no lixo e 11% não responderam. Quanto ao dia da coleta, 59% dos entrevistados relataram corretamente o dia que passava o caminhão. Apesar da principal reclamação dos catadores ser a falta da separação do lixo pela população e os cuidados com descartes perigosos, a maioria das pessoas mostrou ter um discurso distante da sua prática. O trabalho educativo com a população é fundamental, porque ele impacta diretamente na cadeia de separação dos materiais para reciclagem na qual estão envolvidos os catadores.

 

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