SOROLOGIA, NECROPSIA E ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS COM LEPTOSPIROSE

Aluno de Iniciação Científica: Claudia Martins Galindo (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Walfrido Kühl Svoboda
Co-Orientador: Renato Silva de Sousa
Colaborador: Simone Tostes de Oliveira
Departamento: Saúde Comunitária
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Cães , Leptospirose , Histopatologia
Área de Conhecimento: 40602001 - SAÚDE PÚBLICA

A leptospirose é uma zoonose cosmopolita, transmitida pelo contato direto ou indireto com a urina de um animal infectado, sendo a espécie Rattus norvegicus o principal reservatório. Todavia, os cães são indicados como potenciais transmissores e sentinelas da contaminação ambiental pela Leptospira spp., pelo fato de possuírem íntima relação com os seres humanos e terem acesso a diversos tipos de ambientes. Cães recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses de Curitiba-PR (CCZ), mesmo assintomáticos, apresentam fatores de risco para a doença, enquanto que cães encaminhados para clínicas geralmente apresentam sinais da fase aguda ou crônica da doença. O objetivo do presente estudo foi correlacionar a sorologia através do teste de aglutinação microscópica (MAT) com a necropsia e o exame histopatológico de cães naturalmente infectados por leptospirose, provenientes do CCZ e de clínicas veterinárias particulares da região metropolitana de Curitiba-PR, no período de agosto de 2011 a julho de 2012. De 132 animais acompanhados com suspeita de leptospirose (118 do CCZ e 14 de clínicas particulares), 33 tiveram sorologia positiva (título > 100). Três dos cães com sorologia positiva que vieram a óbito tiveram os corpos encaminhados para necropsia no Laboratório de Patologia Animal do Hospital Veterinário da UFPR. Dois animais apresentaram quadro histopatológico sugestivo de leptospirose. Os achados de necropsia foram inespecíficos e caracterizaram-se principalmente por icterícia e congestão pulmonar, hepática e renal. Entre os principais achados histopatológicos, destacam-se a desorganização de cordões de hepatócitos, retenção biliar e necrose renal nos dois casos. Ainda, houve pneumonia intersticial linfoplasmocitária, hemorragia pulmonar, degeneração e necrose multifocal de hepatócitos e mineralização tubular renal em um dos casos. Os sorovares Icterohaemorrhagiae e Copenhageni foram associados a estas infecções, evidenciando a importância dos ratos no ciclo da leptospirose urbana, por serem estes os hospedeiros naturais daqueles sorovares. Em ambos os animais, os achados histopatológicos podem ser associados a lesões da fase aguda de leptospirose, ao passo que, o terceiro animal embora diagnosticado com hepatite crônica de causa não esclarecida, não pode ter descartada a leptospirose como diagnóstico diferencial. Portanto, o exame post mortem é uma ferramenta importante no diagnóstico da leptospirose por permitir implementar medidas profiláticas e terapêuticas a animais e pessoas que convivam em ambientes com histórico de casos.

 

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