A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO DA PRESENÇA DO VÍRUS DA ENCEFALITE EQUINA DO LESTE EM HUMANOS E ANIMAIS PARA A SAÚDE PÚBLICA
Aluno de Iniciação Científica: Bernardo Wessler Dagostim (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Walfrido Kühl Svoboda
Co-Orientador: Eliane Carneiro Gomes
Colaborador: Beatriz Böger, Tatiana Carneiro da Rocha, Letícia Carneiro Gomes
Departamento: Saúde Comunitária
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Encefalomielite Equina do Leste , arbovírus , zoonoses
Área de Conhecimento: 40602001 - SAÚDE PÚBLICA
O Vírus da Encefalite Equina do Leste (EEE, do inglês Eastern Equine Encephalitis), é um dos sete arbovírus que causa quadros de encefalite no continente americano. E dentre estes sete, está entre os mais importantes na causa de morbimortalidade equina e humana. É transmitido por artrópodes, e pertence ao gênero Alphavirus, da família Togaviridae. No Brasil, já foi identificado em equinos nos estados de São Paulo, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Foram também detectados anticorpos e isolados arbovírus causadores de encefalites em aves silvestres, em macacos "sentinelas" do gênero Cebus, em morcegos e em grupos de mosquitos dos gêneros Anopheles, Culex e Aedes. O vírus da EEE produz encefalite grave, muitas vezes fatal, em equinos, aves e no homem, causando inflamação e destruição do Sistema Nervoso Central (SNC). No Brasil, há apenas um registro de caso humano, em Salvador-BA, embora existam evidências sorológicas de infecções em diversas regiões. O vírus é mantido em um ciclo entre mosquitos Culiseta melanura e aves hospedeiras, e a transmissão para seres humanos e outros mamíferos requer espécies de mosquitos que são capazes de criar uma "ponte" entre as aves infectadas e os mamíferos susceptíveis. Existe vacina apenas para os equinos, e o tratamento para seres humanos é de suporte, de acordo com os sintomas apresentados. O objetivo do presente estudo foi, por meio de uma metodologia de pesquisa bibliográfica em diversas fontes científicas, estabelecer um histórico do vírus e avaliar a sua circulação em diversas regiões, bem como a abrangência da doença nas diversas espécies em que o vírus já foi constatado por isolamento viral ou presença de anticorpos. Ainda é um enigma a ausência de infecções humanas com desordens neurológicas associadas ao EEE no Brasil, já se tendo admitido que amostras existentes na Amazônia brasileira apresentam uma reduzida virulência para o homem. Entretanto, é importante lembrar que o Brasil faz parte da rota migratória de diversas aves, possui uma grande população de mosquitos vetores e não há um adequado sistema de diagnóstico e notificação da doença no país, bem como faz-se necessária a implementação de vigilância de epizootias, e novas pesquisas precisam ser realizadas, a fim de evitar e prevenir epidemias e epizootias desta zoonose.