A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO DA PRESENÇA DO VÍRUS SAINT LOUIS EM HUMANOS E ANIMAIS PARA A SAÚDE PÚBLICA

Aluno de Iniciação Científica: Beatriz Boger (IC-Voluntária)
Curso: Farmácia
Orientador: Walfrido Kulh Svoboda
Co-Orientador: Yanna Dantas Rattmann
Colaborador: Tatiana Carneiro da Rocha, Mayara Eggert, Daniel Miranda Andretta
Departamento: Saúde Comunitária
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: virus saint louis , arboviroses , encefalite
Área de Conhecimento: 40602001 - SAÚDE PÚBLICA

A Encefalite Viral de Saint Louis (SLEV) é uma doença infecciosa febril aguda causada pelo vírus Saint Louis (SLV), um arbovírus da família Flaviviridae, transmitida principalmente por insetos do gênero Culex. Os flavivírus são pequenos (40-70 ?m), envelopados e possuem RNA fitasimples de polaridade positiva. O primeiro isolamento do SLV ocorreu do tecido cerebral de um paciente humano durante um surto em 1933 nas cidades de St. Louis e Kansas, EUA e desde então houve relatos de casos e surtos por toda a América. O SLEV está amplamente distribuído nos Estados Unidos, sendo relatados surtos em humanos no Canadá e casos esporádicos no Caribe, Córdoba, Argentina e Peru. Foram registrados 4.651 casos nos EUA nos anos de 1964 a 2005. No Brasil, foram evidenciados apenas três casos de SLEV até o momento: dois no ano de 1970, na rodovia Belém-Brasília, região norte e um terceiro no ano de 2004, no município de São Pedro-SP, onde foi isolado o vírus de um caso febril suspeito de dengue. Seu ciclo envolve algumas espécies de aves como reservatórios, e humanos e outros mamíferos como hospedeiros acidentais do vírus (gambás, macacos e preguiças). A maioria dos casos de SLEV relatados são assintomáticos, subclínicos ou com sintomas semelhantes a um resfriado comum. O período de incubação da SLEV varia de 5 a 15 dias, sendo que os principais sinais e sintomas observados são: febre, cefaléia, mialgia, náuseas e vômitos, sonolência e exantema ou ainda sinais neurológicos (paralisia, perda de memória ou perda da habilidade motora fina). A encefalite ocorre nos casos mais graves, com maior frequência em pacientes acima de 60 anos e crianças. O objetivo do estudo foi realizar uma revisão bibliográfica ampla e abrangente de trabalhos e pesquisas que demonstrem a importância da vigilância da circulação do SLV. A metodologia empregada foi a busca sistemática de trabalhos de pesquisa nas bases de dados relacionados com a presença de SLV em animais no período de 1969-2011. Alguns estudos relatam que a letalidade varia de 7 a 24% nos pacientes senis, e não atinge 5% nos pacientes jovens. De acordo com os dados levantados, percebe-se que o SLV é um arbovírus de importância em Saúde Pública por ter sua circulação confirmada no Brasil, acomentendo pessoas com o sistema imune debilitado ou em formação. Com base nos dados obtidos na revisão bibliográfica se faz necessário novos estudos sobre a circulação e atuação do vírus no Brasil, bem como a estruturação da vigilância epidemiológica, para evitar o surgimento de epidemias e epizootias.

 

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