FATORES DETERMINANTES NO CONSUMO DE SUBSTITUTOS DO LEITE MATERNO ENTRE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS DE IDADE
Aluno de Iniciação Científica: Ana Paula Hesketh Rabuske (IC-Voluntária)
Curso: Nutrição
Orientador: Cláudia Choma Bettega Almeida
Colaborador: Suely T. Schmidt, Priscila Tsupal, Cesar Augusto Taconelli
Departamento: Nutrição
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: aleitamento materno , leite de vaca , desmame precoce
Área de Conhecimento: 40602001 - SAÚDE PÚBLICA
Segundo evidências científicas, o leite materno é considerado o primeiro alimento mais adequado para a criança. Porém, os estudos mostram que as taxas de aleitamento materno no Brasil e, principalmente, as de aleitamento materno exclusivo estão abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Dentre os vários fatores que levam a um desmame precoce, está o uso inadequado de substitutos do leite materno. Assim, o presente estudo buscou verificar quais os fatores socioeconômicos, demográficos e biológicos que interferem no consumo precoce de substitutos do leite materno (leite não materno, água e chás) entre crianças menores de dois anos de idade atendidas pelo Programa de Saúde da Família (PSF) e residentes na área urbana da cidade de Guarapuava – PR. A coleta de dados foi realizada por meio de um estudo transversal nos domicílios das 519 crianças pré selecionadas cujas famílias recebiam visita dos agentes comunitários de 25 centros de saúde da cidade. Os dados foram digitados em dupla entrada no Software Epi Info 6,04 e, posteriormente, analisados no programa Stata 9.1 e no software R. As crianças cujas mães tiveram o primeiro filho com menos de 25 anos (n=391), cujos pais tinham menos de 4 anos de estudo (n=51) e que moravam com mais de 6 pessoas (n=34), apresentaram idade de introdução da água menor que as demais. A introdução do chá na alimentação ocorreu antes naquelas crianças cujo pai tinha menos de 4 anos de estudo, que não estavam em aleitamento materno (n=213) e que nasceram por parto normal (n=291). Para o substituto leite não materno, o perfil das crianças distinguiu em algumas condições: crianças cujas mães trabalhavam dentro de casa (n=90), que não estavam em aleitamento materno (n=213) e que moravam com seu pai biológico (n=369) tiveram a introdução de leite não materno em sua alimentação mais tarde que as demais. Diante desses dados, ressalta-se o achado de que os fatores relacionados à introdução de água ou chá não são necessariamente os mesmos relacionados à introdução de leite não materno. O aleitamento materno mostrou-se como fator protetor à introdução precoce de água e chá, o que não ocorreu com o leite não materno, já que as crianças que mamam no peito recebem o substituto antes daquelas que já desmamaram. Ações básicas de saúde, como orientação sobre aleitamento materno, devem ser priorizadas no município a fim de evitar a introdução precoce de alimentos/líquidos entre as crianças menores de seis meses.