RELAÇÃO ENTRE A PLUVIOSIDADE E A SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS PARA LEPTOSPIRA SPP. EM CÃES DA VILA PANTANAL, CURITIBA, PR
Aluno de Iniciação Científica: Karina Francini Braga (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Simone Tostes de Oliveira Stedile
Colaborador: Vivien Midori Morikawa
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Enchente , Saneamento basico , Roedor
Área de Conhecimento: 40602001 - SAÚDE PÚBLICA
Curitiba está localizada na região sul do Brasil seu clima é subtropical úmido com temperatura média anual de 16°C, caracterizado por apresentar temperaturas mais elevadas nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro onde também a ocorrência de chuvas é maior. O estudo foi realizado na Vila Pantanal está localizada no bairro Alto Boqueirão que na região sudoeste de Curitiba. O local do desenvolvimento do trabalho é uma área de ocupação irregular com carência de saneamento básico e ocorrência de enchentes e com fragilidade econômica, nos últimos 5 anos ouve histórico de leptospirose humana. A leptospirose é uma importante zoonose distribuída mundialmente causada por bactérias do gênero Leptospira spp. A ocorrência desta doença está relacionada aos diferentes fatores de risco locais, nos quais se incluem fatores sócio-econômicos, ambientais e individuais, estando, portanto a doença condicionada a cada localidade geográfica. No entanto em países em desenvolvimento, os moradores de comunidades carentes urbanas são considerados o grupo com maior risco, pois está mais exposto a adquirir a infecção, em decorrência das condições de moradia e saneamento as quais estão submetidas, como também pela dificuldade em sensibilizá-las em relação aos riscos e conscientizá-las da sua importância na participação ativa em interromper o ciclo de transmissão tanto na prevenção de enchentes não acumulando lixo perto de rios, como na diminuição de roedores que á uma das causas da prevalência da doença no local. Nesse contexto, objetivou-se avaliar a soroprevalência de anticorpos para Leptospira spp. em cães da Vila Pantanal. O estudo foi desenvolvido no período de outubro a janeiro. Em outubro, foram colhidas 379 amostras de sangue de cães domiciliados com idade superior a quatro meses, para realização do Teste de Soroaglutinação Microscópica (SAM). Destas, 35 foram positivas (9,2%). A segunda coleta foi realizada em janeiro, na qual foram colhidas amostras de sangue de 287 animais e 46 foram positivas (16,0%). A relação entre as soroprevalências obtidas e as variações de precipitação mensal foi avaliada durante o período do estudo. Verificou-se que o aumento da soroprevalência acompanhou o aumento da precipitação. Conclui-se então que embora tenha sido observada uma maior soroprevalência da doença nos meses de verão, que é fortemente influenciada pelo regime pluviométrico, a ocorrência da leptospirose é de origem multifatorial, envolvendo principalmente os fatores de ordem sócio-econômica e ambiental.