USO DE GEOPROCESSAMENTO PARA MONITORAMENTO DE LEPTOSPIROSE CANINA NA VILA PANTANAL, CURITIBA - PR

Aluno de Iniciação Científica: Caroline Ramos Bittencourt (IC-Voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Marcelo Beltrão Molento
Colaborador: Vivien Midori Morikawa, Daniele Bier, Carla Azolini Campos
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: geoprocessamento , leptospirose , Vila Pantanal
Área de Conhecimento: 40602001 - SAÚDE PÚBLICA

A leptospirose é uma zoonose de ocorrência mundial, causada por bactérias do gênero Leptospira spp., que compreendem mais de  trezentos  sorovares. É uma das zoonoses mais difundidas mundialmente, causando epidemias e problemas econômicos e de saúde pública. Roedores são considerados o principal reservatório para a leptospirose urbana, mas o cão também se torna reservatório por ser muitas vezes assintomático e por ter a capacidade de eliminar o agente pela urina por vários meses. A utilização de estudos de análise espacial pode permitir o mapeamento de doenças, a descrição de padrões de contaminação e transmissão, definir os principais fatores de risco e auxiliar a implantação de medidas e planos de ação contra essa doença. O objetivo desse trabalho foi de utilizar a identificação com a sorologia com a ferramenta de geoprocessamento para monitorar e auxiliar no estudo da epidemiologia da doença. O estudo foi realizado na Vila Pantanal, uma área de ocupação irregular em Curitiba caracterizada pela ocorrência de alagamentos constantes, falta de saneamento básico e acúmulo de lixo. A área foi dividida em dezoito quadras e a coleta de sangue dos cães para pesquisa sorológica foi realizada de forma aleatória. Das 379 amostras de sangue colhidas de cães da região, 35 mostraram-se positivas para leptospirose, com o sorovar Canicola predominante. Utilizou-se um receptor GPS da marca Trimble® (GPS Trimble Geoexplorer®), com precisão submétrica, que permitiu as localizações rigorosas dos pontos e coordenadas geográficas correspondentes a cada casa em que residiam os animais do estudo. O ponto marcado pelo GPS recebeu letras e números correspondentes à ficha de cada animal. De posse desses dados foi feito o georreferenciamento, conectando as planilhas eletrônicas que continham todas as informações sobre os animais estudados, aos dados armazenados no aparelho. O mapa com os pontos foi gerado pelo Sistema de Informação Geográfica (SIG) ArcView GIS 3.2. As condições sociais dessa população, o risco de ocorrência de inundação e a concentração populacional são fatores que tornam evidente o motivo pelo qual a Vila Pantanal apresentou-se com distribuição aleatória dos dados provenientes dos animais reagentes para leptospirose. O uso do georreferenciamento em animais como provável fonte de infecção, e em humanos, pode fornecer elementos para a priorização desse tipo de técnica para desenvolvimento de atividades de prevenção como drenagem, desassoreamento, canalização de córregos e rios e limpeza de bueiros em períodos de maior risco.

 

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