ESTUDO SOROLÓGICO E MOLECULAR DE LEPTOSPIRA SPP. EM CAVALOS CARROCEIROS DE CURITIBA, PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Alessandra Michelly Ferreira (Outro)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba
Orientador: Ivan Deconto
Co-Orientador: Alexander Welker Biondo
Colaborador: Mariane Angélica Finger, Ivan Roque de Barros Filho, Peterson Triches Dornbusch
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Leptospira spp. , SAM , qPCR
Área de Conhecimento: 40602001 - SAÚDE PÚBLICA
A leptospirose é uma doença infectocontagiosa zoonótica, com distribuição mundial, causada pela bactéria espiroqueta Leptospira spp. Como é uma doença amplamente disseminada, a leptospirose assume considerável importância como problema econômico e de saúde pública. Os cavalos carroceiros utilizados no recolhimento de materiais recicláveis circulam pela cidade geralmente sem receber atendimento veterinário e vivem em condições ambientais e sanitárias precárias, ou seja, próximos a lixões, esgotos e de depósitos de materiais descartados. Devido aos fatores citados pode-se afirmar que esses animais estão susceptíveis a adquirir a infecção por meio do contato com o agente etiológico da leptospirose. O estudo objetivou determinar a prevalência da leptospirose em cavalos carroceiros da capital paranaense, além de verificar a presença de leptospiremia e leptospirúria, e determinar a relação da pluviosidade com a sorologia para Leptospira spp. Deve-se destacar que na Vila Pantanal, bairro de Curitiba endêmico para leptospirose humana onde o estudo foi realizado, a falta de saneamento básico para a população e a frequente ocorrência de enchentes torna essa área de risco. Durante o estudo foram realizadas três coletas, a primeira no mês de outubro, e as seguintes em maio e novembro. Dados de pluviosidade de 30 dias antes de cada coleta foram obtidos no Instituto Nacional de Metereologia. No estudo foram analisadas 67 amostras de soro sanguíneo de 62 animais por soro aglutinação microscópica (SAM) para 16 sorovares de Leptospira spp. Além disso, em 22 amostras de sangue total e em 22 de urina realizou-se a reação da polimerase em cadeia em tempo real (qPCR). A prevalência sorológica observada foi de 75,8% (47/62), dos quais 80,8% (38/47) apresentavam sorovar Icterohaemorrhagiae. Leptospirúria e leptospiremia não foram encontradas nesse estudo. Comparando a sorologia com os dados de pluviosidade por teste de regressão linear observou-se uma correlação positiva entre sorologia e pluviosidade (p = 0,03). A prevalência da leptospirose nessa região é elevada. Entretanto, embora os cavalos carroceiros possam estar constantemente expostos a Leptospira spp. presente no ambiente, leptospiremia e leptospirúria não foram observadas por qPCR. O aumento da pluviosidade é um importante fator de risco, quanto maior a precipitação pluviométrica maior a sorologia encontrada, uma vez que aumenta o contato dos cavalos com a Leptospira spp.