A hipertensão arterial está entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças no aparelho circulatório. Apesar de mais comum em adultos, os índices elevados de pressão arterial também são encontrados em indivíduos jovens. Isto pode estar relacionado a fatores comportamentais, tendo em vista que nos dias atuais os adolescentes demonstram uma diminuição na participação em atividades físicas. Desse modo, o objetivo do estudo foi investigar a associação dos níveis de gasto energético diário (GED), com a pressão arterial em adolescentes da rede pública de ensino da cidade de Curitiba, PR. Foram avaliados 1417 alunos, de 43 escolas, matriculados nas 6ª, 7ª e 8ª séries do ensino fundamental e nas 1ª e 2ª séries do ensino médio, das classes diurnas, sendo 703 do sexo feminino e 714 do sexo masculino, com idade entre 12 e 17 anos. O GED foi obtido através do recordatório de 3 dias desenvolvido por Bouchard et al.(1983). Os indivíduos foram classificados acordo com a proposta idealizada por Cale e Almond (1994): ativo: = 40 kcal/kg/dia; moderadamente ativos: entre 36,9 e 39,9 kcal/kg/dia e; sedentário < 36,9 kcal/kg/dia. A pressão arterial foi mensurada através do método auscultatório. Foram considerados com pressão arterial elevada os indivíduos classificados como pré-hipertensos e hipertensos, conforme as classificações do "National High Blood Pressure Education Program" (NHBPEP, 2004). As proporções dos níveis de GED e pressão arterial foram verificadas através de análises de frequência relativa. Para verificar a associação do GED com a pressão arterial foi utilizada a regressão de Poisson. Nessa análise foi estipulado um nível de significância de p < 0,05. Os resultados demonstram que no sexo feminino 4% foram consideradas ativas, 24,8% moderadamente ativas e 31,3% sedentárias. Em relação à pressão arterial, 83,1% das moças foram classificadas como normais e 16,9% com pressão arterial elevada. No sexo masculino 62% dos indivíduos foram classificados como ativos, 19,2% moderadamente ativos e 18,8% sedentários. Em relação à pressão arterial, 82,1% foram classificados como normais 17,9% com pressão arterial elevada. Em relação às análises de associação não foi encontrado resultado significativo. Em conclusão, apesar dos valores de associação não serem significativos, os valores para pressão arterial elevada em ambos os sexos é preocupante tendo em vista que indivíduos que apresentam pressão arterial elevada precocemente têm grandes chances de tornarem-se adultos com problemas cardiovasculares mais sérios.