PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO, CONSUMO DE ANTIDEPRESSIVO E ADESÃO A TERAPIA MEDICAMENTOSA

Aluno de Iniciação Científica: Paola Mariana dos Santos Leite (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Saúde Coletiva - Bacharelado (Setor Litoral) (N)
Orientador: Milene Zanoni da Silva Vosgerau
Colaborador: Tatiane Dourado dos Santos
Departamento: Saúde Comunitária
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Adesão à terapêutica , Depressão , Saúde Coletiva
Área de Conhecimento: 40600009 - SAÚDE COLETIVA

Objetivo: Identificar a prevalência de depressão, o perfil de consumo medicamentoso e a adesão a antidepressivos no município de Matinhos/PR. Método: A população do estudo foi constituída, por adultos com 40 anos ou mais, residentes permanentemente no município. A coleta de dados se deu através da aplicação de formulário estruturado. A depressão foi mensurada pelo Inventário de Beck. Apenas os medicamentos de uso contínuo foram investigados e organizados pela classificação ATC. A escala selecionada para a análise da adesão ao medicamento foi a de Morisky, Green e Levine (1986). A análise estatística foi descritiva por meio de frequência relativa e absoluta. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEL segundo parecer nº 013/2010. Resultados: Dos 668 sujeitos amostrados para compor o estudo, foram entrevistados 638 (95,5%) pessoas. Registraram-se 30 perdas (4,5%), sendo que a maior parte (76,7%) foi em decorrência de recusas. Mais da metade dos entrevistados estão entre 40 e 59 anos (58,9%), vivem com o (a) companheiro (a) (60,2%), não chegaram a concluir o primeiro grau (57,5%), não tem vínculo empregatício (60,6%) e foram classificados no estrato C da ABEP (57,1%). A prevalência de depressão foi de 21,8%. A prevalência de consumo de antidepressivos entre os entrevistados foi de 5,3% (n= 34). Dos 868 medicamentos consumidos continuamente, 5,0% (n= 43) eram antidepressivos (N06A). A adesão ao tratamento psicofarmacológico foi de 44,1%. Os princípios ativos mais utilizados para a depressão foram Fluoxetina (2,2%), Amitriptilina (0,8%), Sertralina (0,5%), Paroxetina (0,1%) e Nortriptilina (0,1%). No Brasil atualmente, a saúde mental não foi incorporada de forma adequada na atenção primária. A depressão é muitas vezes subnotificada e subtratada, cerca de 50% a 60% dos casos não são detectados pelos serviços de saúde. Isso pode ser uma justificativa para o baixo uso de antidepressivos e a baixa adesão ao tratamento. A falta de políticas públicas adequadas e acesso a saúde contribui para esses fatos, pois, a maioria dos problemas de saúde mental podem ser tratados na atenção primária e a prevalência de depressão é elevada na presença de condições clínicas, como diabetes e hipertensão. Os achados desta pesquisa indicam a necessidade de reorganização da assistência à saúde no município, com a estruturação de rede de cuidados integrado aos portadores de transtornos mentais, a fim de efetivar os princípios de integralidade, equidade e universalidade propostos pelo SUS e garantir assim melhores condições de saúde e vida para a população.

 

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