BOLSA FAMÍLIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE SEUS INTEGRANTES: REALIDADE OU UTOPIA?
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda de Carvalho Peixoto (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Nutrição
Orientador: Suely Teresinha Schmidt
Co-Orientador: Islandia Bezerra da Costa
Departamento: Nutrição
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Segurança Alimentar e Nutricional , Bolsa Família , Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
Área de Conhecimento: 40503003 - ANÁLISE NUTRICIONAL DE POPULAÇÃO
O CONSEA, Conselho Nacional de Segurança Alimentar, extinto no governo FHC foi reimplantado em 2003 e a partir daí a discussão acerca da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) tomou força. No ano seguinte, houve a criação do Programa Bolsa Família (PBF) que consiste em um programa de transferência de renda do tipo "renda mínima garantida", priorizando as famílias das camadas mais pobres da população. Sua criação visou unificar todos os programas anteriores que tinham como objetivo oferecer algum tipo de assistência alimentar ás famílias que se encontravam em vulnerabilidade social. Atualmente, o PBF atende mais de 13 milhões de famílias, sustentando-se em três eixos: transferência de renda, condicionalidades e ações e programas complementares. O objetivo deste trabalho foi avaliar a SAN das famílias inseridas no PBF de cinco Unidades de Saúde (US) do município de Colombo/PR do projeto maior que contempla 19 US. A seleção da amostra foi realizada através de sorteio aleatório pelo Software R e neste estudo foi trabalhado com 1/3 da amostra total e que corresponde a 147 famílias entrevistadas. Ao titular de direito de cada família foi aplicada a EBIA – Escala Brasileira de Insegurança Alimentar para avaliar a SAN das famílias e foram coletadas medidas de peso e estatura de 123 adolescentes de 10 a 19 anos. Os dados obtidos através da EBIA foram tabulados no software Microsoft Excel e os dados relativos à antropometria foram tabulados no software AnthroPlus v1.0.4. A coleta de dados realizou-se de julho/2011 a fevereiro/2012. De acordo com os resultados da EBIA, 18% das famílias foram classificadas como seguras e 82% em insegurança alimentar (INSAN). Das famílias inseguras, 51% classificaram-se em INSAN Leve, 21% em INSAN Moderada e 10% em INSAN Grave. Na avaliação antropométrica, ao se analisar os valores de z-escore do índice IMC/idade, nota-se prevalência de sobrepeso/obesidade (24%) em relação à magreza (5%) e uma predominância da eutrofia (71%). Sabe-se que o crescente aumento dos quadros de sobrepeso/obesidade relaciona-se com a situação de pobreza de muitas famílias no país. Certamente o valor repassado às famílias e as ações do PBF auxiliam na melhora das condições de vida e saúde, mas ainda não é suficiente para garantir a SAN das mesmas, uma vez que o sentimento de incerteza acerca da garantia do acesso à alimentação coloca a família em posição de Insegurança Alimentar e Nutricional. Entende-se que houve avanços, mas ainda há necessidade de fortalecimento das políticas de alimentação e nutrição.