ALTERAÇÃO COGNITIVA EM IDOSOS LONGEVOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Aluno de Iniciação Científica: Larissa Sayuri Setoguchi (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Enfermagem
Orientador: Maria Helena Lenardt
Colaborador: Dâmarys Kohlbeck de Melo Neu, Tatiane Michel
Departamento: Enfermagem
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: idoso de 80 anos ou mais , cognição , enfermagem
Área de Conhecimento: 40400000 - ENFERMAGEM
A probabilidade de apresentar deficiências cognitivas aumenta com a idade e pode-se esperar que as pessoas idosas, em especial aquelas com 80 anos ou mais, mostrem maior chance em desenvolver déficit cognitivo. O instrumento do Miniexame do Estado Mental (MEEM) pode ser aplicado para rastrear a condição cognitiva e possibilitar parâmetros para o planejamento dos cuidados voltados à população dos idosos longevos. O objetivo deste trabalho é avaliar o desempenho no MEEM de idosos longevos de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade de Curitiba - Paraná. Trata-se de estudo quantitativo descritivo transversal. A amostra foi constituída por 92 idosos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 80 anos. Os dados foram coletados entre agosto de 2011 e janeiro de 2012 por meio de entrevista com roteiro semiestruturado e aplicação do MEEM, segundo os pontos de corte propostos por Brucki et al., (2003). Os dados coletados foram compilados nos programas Excel e Epi Info versão 6.04 e para a análise foi utilizada estatística descritiva. Houve predomínio de idosos do sexo feminino (n=62;67,4%), viúvos (n=64;69,6%), com idade entre 80 a 94 anos respectivamente (n=16;17,4%) e (n=1;1,1%) e média de 84,04 anos (±9,90); ensino fundamental incompleto (n=51;55,4%); renda familiar de 1 salário mínimo (n=44;47,8%); sem ocupação profissional (n=87;94,6%) e que possuem filhos (n=86;93,5%). Foi maior a frequência de sedentários (n=37;40,2%); dos que possuem atividades de lazer (n=78;84,8%); portadores de algum tipo de doença (n=83; 90,2%); e utilizam medicamentos (n=87;94,6%). Quanto ao screening cognitivo, com base nos pontos de corte e escores totais, 62 (67,4%) idosos foram classificados com declínio cognitivo. O escore médio no MEEM dos idosos alfabetizados foi maior (21,29) que dos idosos analfabetos (20,53), sendo que a média global foi de 20,59; apenas 2 (2,2%) idosos obtiveram pontuação =29 pontos; o item "Orientação espacial" do MEEM foi o que apresentou o menor índice de erro e o item "Copiar diagrama" o maior. O baixo desempenho no MEEM e o elevado índice de declínio cognitivo dos idosos longevos deste estudo reforçam a necessidade de detecção precoce das perdas cognitivas sofridas por esses idosos. A qualidade do processo de envelhecimento está diretamente associada às perdas cognitivas, e essas irão interferir de forma decisiva no planejamento dos cuidados de enfermagem gerontológica.