ATIVIDADE PROTETORA DE PLANTAS MEDICINAIS SOBRE OS EFEITOS NEUROTÓXICOS DO PEPTÍDEO BETA-AMILOIDE

Aluno de Iniciação Científica: Bianca Kollross (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia
Orientador: Almeriane Maria Weffort Santos
Co-Orientador: Cid Aimbiré de Moraes Santos
Colaborador: Cláudia Seidl, Monique Alves Frazon
Departamento: Patologia Médica
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Doença de Alzheimer , Neuroproteção , Plantas medicinais
Área de Conhecimento: 40302008 - FARMACOGNOSIA

A doença de Alzheimer (DA), caracterizada por demência progressiva decorrente da perda irreversível de neurônios, é uma desordem cerebral de alta prevalência na população idosa. Esta neurodegeneração pode ser explicada através de diversas hipóteses, entre elas as que envolvem o acúmulo do peptídeo beta-amilóide, a falta de acetilcolina (Ach) ou o estresse oxidativo no tecido cerebral. Produtos naturais, em particular plantas medicinais ou substâncias purificadas destas, têm sido avaliadas a fim de se evitar tais danos ou mesmo reverte-los. Neste trabalho, os extratos das espécies Bauhinia microstachya e Rauvolfia sellowii, conhecidas respectivamente como "escada-de-macaco" e "pau-pra-tudo", foram estudados em relação ao potencial de interferir na atividade da enzima acetilcolinesterase (AchE), a principal responsável pela degradação da Ach no cérebro, pelo método de Ellman em microplacas. Esta modificação metodológica foi devida ao atraso na importação e subsequente liberação alfandegária do peptídeo beta-amilóide. A fonte de AchE foi proveniente de Electrophorus electricus e a fisostigmina (0,1 mg/mL) foi utilizada como modulador negativo de sua atividade, apresentando inibição de 91,78±1,79 e 95,06±0,81% (n=3), quando DMSO e etanol foram, respectivamente, utilizados como solventes. Após solubilização do extrato de B. microstachya em DMSO (BD) e etanol (BE), e do de R. sellowii em DMSO (RD) seguida de varredura espectral (200-700 nm) para isentar a interferência dessas soluções na reação, observou-se que, a 0,1 mg/mL, BD e RD apresentaram, respectivamente, 32,43±7,75 e 50,87±3,23% de inibição de atividade de AchE, sendo 135±9,2 e 103,0±2,6 µg/mL os valores de  IC50 encontrados (n=3). A diferença entre o potencial de inibição da AchE observada para BD e BE pode estar relacionada aos solventes usados na diluição dos extratos, onde uma provável solubilização diferenciada de substâncias de natureza diversa presentes nessas misturas complexas pode ter ocorrido, influenciando os resultados. Este evento não foi, entretanto, observado para a fisostigmina provavelmente pelo fato de ser uma substância pura. Como BE não chegou a inibir a atividade da AchE em 50%, obteve-se a concentração de 161,3±29,4 µg/mL como IC40. Os efeitos inibitórios obtidos para BD e, principalmente, para RD mostraram-se promissores quando comparados com outros extratos de plantas descritos na literatura, apontando particularmente a R. sellowii com um potencial a ser explorado no tratamento não só na DA, como também no de outras deficiências neurológicas.

 

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