DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO ESTATÍSTICO PREDITIVO DA OCORRÊNCIA DE PRM COLETADOS DE PRONTUÁRIOS DE PACIENTES DO SUS E INFORMAÇÕES DA LITERATURA

Aluno de Iniciação Científica: Vanessa Rodrigues de Souza (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia
Orientador: Roberto Pontarolo
Co-Orientador: Luana Lenzi
Departamento: Farmácia
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Interações medicamentosas , Antirretrovirais , HIV
Área de Conhecimento: 40300005 - FARMÁCIA

O surgimento da terapia antirretroviral (TARV) modificou o contexto de vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS, proporcionado aumento da sobrevida, diminuição das internações por doenças oportunistas e queda da morbidade e mortalidade. Entretanto, para que os objetivos da TARV sejam alcançados, em especial a supressão viral e a manutenção e/ou restauração da imunidade, faz-se necessário uma adequada taxa de adesão ao tratamento. Assim, ao assumir características de doença crônica, surgem outros desafios ao portador de HIV, determinando a necessidade de novas práticas relacionadas ao tratamento no cotidiano desses pacientes. São inúmeros os fatores que podem dificultar a adesão e dentre eles as interações medicamentosas. Com a finalidade de identificar as interações mais frequentes, suas consequências e possíveis formas de prevenção e manejo, foram avaliados 121 pacientes atendidos pelo SUS no município de São José dos Pinhais – Paraná. Dentre os pacientes avaliados foram observadas 44 interações medicamentosas. Além das interações com alimentos tais como as ocorridas com Efavirenz e Didanosina - os quais devem ser administrados de estômago vazio, os principais medicamentos envolvidos nas interações com os ARV foram Fluoxetina (13,64%), Paracetamol (11,36%), Carbamazepina (11,36%), Ácido Valpróico (11,36%), Sinvastatina (9,09%), Clonazepam (6,82%), Amitriptilina (6,82%), Dexametasona (4,54%), Fenitoína (4,54%) e Omeprazol (4,54%). Outros medicamentos que apresentaram interações foram: Diazepam, Fenobarbital, Levotiroxina, Noretisterona + Estradiol, Prednisona, Ranitidina e Risperidona, totalizando 15,91% das interações observadas. Dividindo os ARV por classe, observou-se que os IRTN apresentaram 18,18% de interações, enquanto os ITRNN e os IP apresentaram 9,09% e 72,73%, respectivamente. A superioridade da classe IP justifica-se por estes medicamentos terem sua metabolização pelos mesmos conjuntos de enzimas que participam da hidroxilação, desmetilação ou glicuronidação de fármacos antidepressivos e/ou antipsicóticos, podendo resultar em interações medicamentosas. É importante que o paciente seja orientado por profissionais da área da saúde (médico/farmacêutico) e adote uma postura ativa a fim de prevenir a ocorrência de interações medicamentosas. Deste modo, podem-se evitar prejuízos à saúde, melhorar a efetividade do tratamento ao facilitar a adesão à TARV e conter a resistência viral.

 

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