ESTUDO FITOQUÍMICO DE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS DA FLORA BRASILEIRA, EM ESPECIAL DO ESTADO DO PARANÁ

Aluno de Iniciação Científica: Simone Yae Abe (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia
Orientador: Tomoe Nakashima
Co-Orientador: Sayonara Mendes Silva
Colaborador: Allan Vinícius Felix Lourenço, João Carlos Possamai
Departamento: Farmácia
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Campomanesia xanthocarpa , atividade antioxidante , microplacas
Área de Conhecimento: 40300005 - FARMÁCIA

A utilização de plantas com fins medicinais para tratamento, cura e prevenção de doenças é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. Considerando que o Brasil detém a flora mais rica do mundo em se tratando de matérias-primas para a produção de fitofármacos (33% do total) e que apenas 8% foram estudadas, pesquisas visando buscar fontes alternativas de medicamentos são de extrema importância. O objetivo desse trabalho foi realizar um estudo das folhas da espécie Campomanesia xanthocarpa Mart. ex. O. Berg, Myrtaceae,popularmente conhecida como guabiroba, e avaliar a capacidade antioxidante das frações do extrato bruto e proceder ao doseamento de flavonoides totais. Na medicina popular, seu uso é indicado para diarreia, reumatismo, altos níveis de lipídeos, obesidade, úlcera gástrica, cistites e uretrites. Há relatos na literatura da presença de flavonoides como a quercetina, miricitrina e rutina, taninos e saponinas nas folhas dessa espécie. O extrato bruto foi preparado por turbólise a partir de folhas secas, empregando o etanol 70% como líquido extrator. Foi realizada a extração líquido/líquido do extrato bruto com solventes de polaridades crescentes, obtendo-se frações semi-purificadas. Essas frações foram avaliadas quanto à capacidade antioxidante pelo método DPPH• adaptado a microplacas. Além disso, foram realizadas a prospecção fitoquímica e a extração de óleo essencial. A análise qualitativa indicou a presença de flavonoides, antraquinonas, esteroides e/ou triterpenos, heterosídeos antociânicos, saponinas, taninos, amino grupos e ácidos fixos. O teor de flavonoides totais foi de 1,00%. Com relação à avaliação da capacidade antioxidante, a fração acetato de etila apresentou CE50 de 91,8 µg/mL e a butanólica CE50 de 98,16 µg/mL, resultados superiores ao da rutina, padrão positivo, cujo CE50 foi de 121,06 µg/mL. O teor de óleo essencial foi de 0,05% e 0,10% para as folhas frescas e secas, respectivamente. Assim, pode-se comprovar que as folhas de C. xanthocarpa apresentam metabólitos com capacidade antioxidante relevante e teor de flavonoides condizentes com o de outras espécies da família Myrtaceae. A adaptação da técnica para a determinação da capacidade antioxidante se mostrou vantajosa em relação à original, uma vez que as quantidades de reagentes, solventes e amostras foram reduzidas a um décimo em relação à original. Tendo em vista os resultados, recomenda-se dar continuidade à investigação das atividades biológicas das folhas de C. xanthocarpa e à elucidação estrutural dos metabólitos responsáveis por tais atividades. 

 

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