INSEGURANÇA ALIMENTAR, ESTADO NUTRICIONAL E CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS
Aluno de Iniciação Científica: Simone Mocellin (PIBIC/CNPq)
Curso: Odontologia
Orientador: Fernanda de Morais Ferreira
Co-Orientador: Fabian Calixto Fraiz
Colaborador: Fernando Mezoni
Departamento: Estomatologia
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Segurança alimentar e nutricional , Saúde bucal , Cárie dentária
Área de Conhecimento: 40204006 - ODONTOPEDIATRIA
A insegurança alimentar (IA) é um conceito que engloba desde preocupação e angústia pela incerteza da obtenção regular de alimentos até a real falta de acesso a alimentos suficientes para uma vida ativa e saudável. O objetivo deste estudo foi avaliar se há associação entre IA, estado nutricional e saúde bucal em crianças atendidas na Clínica de Odontopediatria da UFPR. Foi desenvolvido um estudo transversal com crianças que compareceram à Clínica de Odontopediatria da UFPR durante o primeiro semestre de 2012 e suas respectivas mães, que concordaram em participar da pesquisa através do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. A IA foi determinada usando a versão da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) específica para famílias com crianças, preenchida pelas mães, que também responderam a um questionário contendo questões sócio-demográficas. Para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e avaliação do estado nutricional das crianças foram coletados dados antropométricos (peso/altura). As crianças também foram examinadas clinicamente para verificação da presença e característica das lesões cariosas. Os dados foram analisados usando o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS for Windows, version 15.0). Participaram da pesquisa 25 meninos e 25 meninas entre 3 e 11 (média 7, DP 2,2) anos de idade. As mães tinham entre 21 e 53 (média 36,6, DP 6,9) anos de idade, sendo 90% delas casadas ou em união estável e 60% delas tinham mais de 8 anos de estudo formal. No exame clínico realizado nas crianças observou-se que todas elas tinham experiência de cárie (ceod / CPOD = 1) e a prevalência das lesões cariosas cavitadas não-tratadas foi de 86%. Trinta porcento das crianças analisadas apresentavam IA. Através do cálculo do IMC, as crianças foram classificadas de acordo com seu estado nutricional em: com baixo IMC (2%), eutróficas (64%), com sobrepeso (30%) e com obesidade (4%). A prevalência de lesões cariosas cavitadas não-tratadas não esteve associada à insegurança alimentar (Teste exato de Fisher, p = 0,415) nem com o estado nutricional da criança (Teste qui-quadrado de Pearson, p = 0,905). Da mesma forma, não houve associação entre presença de cavidades não tratadas e o sexo da criança (Teste exato de Fisher, p = 0,414), o estado civil e a escolaridade da mãe (Teste exato de Fisher, p = 0,546 e 0,416, respectivamente). De acordo com os resultados, pode-se concluir que não houve associação entre insegurança alimentar, estado nutricional e cárie dentária na amostra estudada.