ESTUDO MULTICÊNTRICO DE INVESTIGAÇÃO DE PREMATURIDADE NO BRASIL: ALGUNS DADOS RELEVANTES
Aluno de Iniciação Científica: Mariana Nunes Viza Araújo (IC-Voluntária)
Curso: Medicina
Orientador: Denis José Nascimento
Co-Orientador: Edson Gomes Tristão
Colaborador: Renato Teixeira Souza, Maíra Teixeira Dória, Kelly Cristine Kiatkoski
Departamento: Tocoginecologia
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: prematuridade , fatores de risco , gravidez de risco
Área de Conhecimento: 40101150 - GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Objetivos: Identificar os variados fatores relacionados com a prematuridade, a fim de melhorar sua prevenção e assistência. Metodologia: Durante o período de 04 de abril a 31 de agosto de 2011, foi desenvolvido um estudo observacional retrospectivo caso-controle. Foram incluídas no grupo caso as gestantes que evoluíram para parto pré-termo (entre 22 e 36 semanas e 6 dias) e no grupo controle as gestantes com parto a termo. Para a obtenção dos dados, procedemos a uma entrevista com a paciente e a uma revisão do prontuário hospitalar e da carteira de pré-natal. Resultados:Foram incluídas 84 pacientes no grupo caso e 46 no grupo controle. Para melhor análise dos dados, o grupo caso foi dividido em dois subgrupos: parto pré-termo terapêutico e trabalho de parto prematuro/ruptura prematura de membranas (TPP/RPM). A taxa de prematuridade nesse período no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) foi de 16,73%. Desses casos, 36,9% foram de parto pré-termo espontâneo, 21,43% de ruptura prematura de membranas e 41,67% de partos terapêuticos. No grupo TPP/RPM observou-se que 32,65% das gestações foram gemelares enquanto que no grupo terapêutico foram 11,43%. Não houve registro de gestação múltipla no grupo controle. A média de idade materna foi de 28,5 anos no grupo controle, 26 anos no grupo TPP/RPM e 29,5 anos no grupo terapêutico. A taxa de RPM e de TPP em gestações anteriores foi maior no grupo TPP/RPM (14,29% e 22,45% respectivamente) em comparação com o grupo controle (6,52% e 19,57%, respectivamente). O grupo de prematuros terapêuticos apresentou uma incidência maior de co-morbidades maternas como diabetes (28,6%), hipertensão arterial crônica (22,9%) e pré-eclâmpsia (40%), quando comparado aos dois outros grupos. A idade gestacional média ao nascimento foi de 38,9 semanas no grupo controle, 33,3 no grupo TPP/RPM e 33,5 no grupo terapêutico. Conclusões: A taxa de prematuros em nosso serviço é maior do que a evidenciada pela literatura, o que se deve à maior complexidade do serviço, referência terciária e assistência exclusiva à gestações de alto risco. Houve, no HC-UFPR, um aumento na taxa de prematuridade: nas duas últimas décadas, a taxa era de 13%. Nesse estudo, a incidência foi de 16,7%. Essa pesquisa, envolvendo múltiplos centros de assistência brasileiros, além de aumentar o número e a qualidade da amostra, permitirá uma melhora na assistência obstétrica e na elaboração de diretrizes mais adequadas, na redução desta importante causa de morbimortalidade materno-perinatal em nosso meio.