A IMPORTÂNCIA DO EXAME COLPOSCÓPICO NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS LESÕES INTRAEPITELIAIS DE COLO UTERINO
Aluno de Iniciação Científica: Marcelo Lucchesi Montenegro Silva (Pesquisa voluntária)
Curso: Medicina
Orientador: Rita Maira Zanine
Colaborador: Tahnee Aiçar de Suss, Andressa da Silva Longo
Departamento: Tocoginecologia
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: câncer do colo do útero , conização , biopsia colpodirigida
Área de Conhecimento: 40101150 - GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Estudar os métodos diagnósticos é fundamental para o aprimoramento das estratégias de prevenção e manejo das lesões pré-malignas, para que evitemos lesões subdiagnosticadas com potencial evolutivo. Em se tratando do câncer de colo de útero, segundo tumor mais freqüente na população feminina, dispomos da Colposcopia como método importante para a caracterização das lesões, aliada ao estudo citológico (método de screening). Para o exame anatomopatológico, deve-se considerar que o método do cone, ao revelar lesão menos grave do que a biópsia, não significa resultado falso-positivo da biópsia, mas a possibilidade da erradicação da lesão mais grave naquele procedimento. No entanto, uma biópsia que obtenha como resultado lesão menos grave que o cone, representa resultado falso-negativo. Neste contexto, este estudo, em caráter retrospectivo observacional não-controlado, que objetiva abranger 300 pacientes portadoras de alterações citológicas com lesões compatíveis com LIEBG ou LIEAG, provenientes do Ambulatório de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia do Hospital de Clínicas-UFPR, no período de 2008 a 2012, até o momento, através da análise dos dados obtidos em prontuários de 270 pacientes referentes aos achados colposcópicos relevantes relacionados à topografia, intensidade do acetobranqueamento, características vasculares (pontilhados e/ou mosaicos) e alterações cromáticas após aplicação de iodo, encontrou resultados da colposcopia concordantes em absoluto com a histologia em 49% dos casos. Comparando o estado normal e as lesões LIEBG versus as LIEAG, a princípio observamos que a colposcopia possui um valor superior para a diferenciação entre as lesões de alto e baixo graus, em relação a sua capacidade de evidenciar a diferença entre doenças de baixo grau e colo uterino normal. As características dos achados atípicos nos permitem a classificação das lesões em graus, definindo o diagnóstico colposcópico, atualmente baseado na classificação do Rio de Janeiro 2011, o que possibilita a comparação com os resultados obtidos através dos exames anatomopatológicos correspondentes às lesões. Temos observado uma alta sensibilidade da colposcopia para detectar lesões, porém uma especificidade menos evidente. À avaliação histopatológica, há grande variabilidade de interpretações para biópsias colpodirigidas, observando-se maior concordância entre os observadores e métodos para lesões invasoras e menor para as displasias leves a moderadas. O estudo permanece em prospecção aberta para aumento da casuística e elaboração de conclusões concretas.