A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DAS LESÕES INTRAEPITELIAIS CERVICAIS DE COLO UTERINO NA MATURIDADE

Aluno de Iniciação Científica: Andressa da Silva Longo (Pesquisa voluntária)
Curso: Medicina
Orientador: Rita Maira Zanine
Colaborador: Marcelo Lucchesi Montenegro Silva, Tahnee Aiçar de Suss
Departamento: Tocoginecologia
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: lesões intraepiteliais; câncer do colo uterino;HPV
Área de Conhecimento: 40101150 - GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

De acordo com dados do DATASUS 2008, o câncer do colo do útero é a principal causa de morte por câncer entre mulheres que vivem em países em vias de desenvolvimento, incluindo os Estados da América do Sul. No Brasil, estima-se um risco de novas lesões malignas do útero em torno de 18.430 (2010 – 2011); constituindo-se em quase 5.000 óbitos em 2008, pelo câncer do colo uterino. O principal fator ligado à malignidade das células cervicais é a infecção pelas cepas oncogênicas do Papiloma Vírus Humano (HPV). Sabe-se que os picos de infecção por HPV e do câncer do colo do útero, dá-se em curva bimodal, entre as idades de 25 – 30 anos e ao redor dos 50 – 65 anos de idade. Dados recentes da literatura sugerem que, a despeito dos picos da curva bimodal de incidência de câncer uterino, uma significativa parcela de mulheres entre 45 e 85 anos de idade vem apresentando alterações oncológicas de forma aumentada. Por outro lado, vários são os casos dentro desta faixa etária, em que o achado citológico não se reflete em verossimilhança com achados de conização, colposcopia e/ou anatomopatológico da retirada de peça cirúrgica; resultando em falsos positivos e negativos. Assim, este artigo objetivou avaliar especialmente a incidência de lesão intraepitelial de colo uterino baixo e alto grau (LIEBG e LIEAG, respectivamente) em mulheres com idade acima de 50 anos, verificando-se também a correlação entre os achados citológicos de LIE e os achados provindos de avaliação colposcópica, biópsia colpodirigida e conização. Realizou-se estudo retrospectivo e prospectivo longitudinal não controlado observacional de 182 pacientes portadoras de alterações citológicas com lesões compatíveis com LIEBG ou LIEAG, provenientes do Ambulatório de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia do Hospital de Clínicas-UFPR de 2008 a 2012. Dados resgatados até o momento apontam para uma tendência crescente de LIEAG entre pacientes após os 50 anos de idade. Observou-se, conjuntamente, um aumento de falsos negativos e positivos entre os laudos da citologia oncótica, comparados com as definições por biópsia das lesões. Conclui-se que há um aumento de mulheres acima de 50 anos de idade com lesões pré-malignas e malignas cervicais nos últimos anos; e o screening citológico de pacientes na maturidade – por motivos estruturais do tecido cervical e limitações técnicas – pode ocultar lesões importantes ou prorrogar o tempo de tratamento destas pacientes. Sugere-se continuação da pesquisa para melhor esclarecimento dos resultados, procurando estabelecer uma amostra maior de pacientes. 

 

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