AVALIAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA FRENTE À TOXICIDADE URÊMICA E EXPRESSÃO DA CITOCINA CXCL12 EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA

Aluno de Iniciação Científica: Bruna Bosquetti (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia
Orientador: Andréa Emília Marques Stinghen
Co-Orientador: Vanessa Ribeiro
Departamento: Patologia Básica
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: doença renal crônica , inflamação , CXCL12
Área de Conhecimento: 40101134 - NEFROLOGIA

O acúmulo de toxinas urêmicas na corrente circulatória, ocasionado pela baixa taxa de filtração glomerular, em pacientes com doença renal crônica (DRC) gera uma série de alterações metabólicas e vasculares no organismo, culminando na disfunção endotelial que, por sua vez, possui papel essencial na patogênese da doença cardiovascular (DCV). O mecanismo pelo qual esta condição leva à disfunção endotelial ainda é pouco compreendido. A CXCL12 (SDF-1a) é uma quimiocina pleiotrópica, que atua sobre vários tipos celulares, super expressa em tecidos inflamados e lesionados, capaz de mobilizar células para o local da lesão, onde pode medear o reparo e regeneração tecidual. Nesse estudo investigamos o efeito do ambiente urêmico na expressão plasmática de CXCL12 e suas correlações com marcadores de inflamação sistêmica e disfunção endotelial em pacientes em hemodiálise (HD). Para tanto, foram coletadas amostras de plasma de pacientes em HD em duas clínicas de Curitiba. 26 pacientes (17±3 meses em HD, 52±2 anos, 38% sexo masculino e 11% diabéticos) foram incluídos, criteriosamente, no estudo. A inflamação sistêmica foi avaliada pelo doseamento dos níveis circulantes de proteína C reativa de alta sensibilidade (hsPCR) e interleucina-6 (IL-6) através dos métodos imunoturbidimétrico automatizado e ELISA ( kit R&D Systems®), respectivamente. A disfunção endotelial (níveis plasmáticos de interleucina-8, IL-8) e os níveis de CXCL12 foram investigados pelo método de ELISA através de kit caseiro e comercial (anticorpos e kit R&D Systems®). As concentrações plasmáticas médias de hsPCR, IL-6, IL-8 e CXCL12 foram, respectivamente, 4,9 ±4,8 mg/mL, 6,76 ±8,1 pg/mL, 128,2 ±206,2 pg/mL e 2313,01 ±1458,1pg/mL. Foi observado uma correlação positiva entre hsPCR e a IL-6 (? = 0,57, P <0,005), indicando o estado de inflamação sistêmica. O mesmo ocorreu com os níveis de CXCL-12 e IL-8 (? = 0,4294, P <0,05), que se mostraram aumentados e inter-relaciondos nestes pacientes. Está bem descrito na literatura que estas quimiocinas são responsáveis por mobilizar células indiferenciadas para o local da lesão em injúrias celulares. Assim, sugerimos que os níveis aumentados de CXCL-12 e IL-8 encontrados nestes pacientes podem refletir um sistema de reparo ativado, o que hipoteticamente poderia ser uma forma de mensurar a extensão do dano cardiovascular causado pela toxicidade urêmica.    

 

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