AVALIAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DAS HEPATITES B E C E CORRELAÇÃO COM A CO-INFECÇÃO HIV CONTIDOS NA SECRETARIA DE SAÚDE DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: João Paulo Franzoni (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Medicina
Orientador: Sonia Mara Raboni
Colaborador: Andressa Gervasoni Sagrado, Bárbara Perdonsini Lima, Nayara Carvalho Polido Beloto
Departamento: Saúde Comunitária
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: co-infecção , HIV , hepatite
Área de Conhecimento: 40101096 - DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
HBV, HCV e HIV compartilham rotas similares de transmissão, sendo comum encontrar indivíduos co-infectados. Esta pode acarretar numa evolução mais rápida da doença hepática, diminuir o tempo para o aparecimento da aids e também numa alta frequência de hepatotoxicidade relacionada ao uso da TARV. O presente estudo visa analisar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes co-infectados pelos vírus da HCV, HBV e HIV atendidos nos ambulatórios de referência do HC-UFPR, avaliando a frequência de progressão para doença hepática crônica e para aids, além da RVS com a terapia antiviral específica. Os dados clínicos foram revisados em prontuários médicos dos pacientes co-infectados, ao passo que os dados epidemiológicos foram respondidos pelos próprios pacientes. As variantes clínicas e epidemiológicas retiradas dessa seleção foram analisadas por meio de estatística descritiva. Foram incluídos na pesquisa 69 pacientes, sendo que 41 pacientes eram portadores do HCV, 19 do HBV e 5 co-infectados HIV/HBV/HCV. Nove pacientes não apresentaram informações suficientes em seus prontuários ou foram não-reagentes no PCR Qualitativo para o HCV, portanto não foram considerados co-infectados. Biópsia hepática foi realizada em 26 (37,7%) pacientes, dentre as alterações encontradas destacam-se: fibrose (17), esteatose (18), siderose (7) e cirrose (4). Também foi realizada ultrassonografia abdominal para a avaliação hepática em 29 pacientes, dentre as quais se observou: esteatose (6), bordos irregulares (5), hepatomegalia (3) e presença de nódulos (3). O presente estudo demonstrou um diagnóstico tardio da co-infecção com hepatites nos pacientes HIV positivos, sendo que apenas metade apresentava condições clínicas e laboratoriais para o tratamento da hepatopatia crônica. Com relação aos pacientes portadores do HCV, 20 deles realizaram tratamento especifico (INF+RBV), porém apenas 9 (45%) pacientes estavam em resposta virológica sustentada. Dos pacientes co-infectados com HBV, apenas quatro realizaram tratamento e dois deles mostraram resposta à terapia. A análise estatística completa permanece em andamento. Tais elementos reforçam a necessidade da implantação de protocolos que visem investigação sistemática dos pacientes HIV positivos para detecção da co-infecção, possibilitando a instituição precoce da terapia específica, melhorando o prognóstico destes pacientes.