FITOFOTODERMATITE – RECONHEÇA ESTA DERMATOSE COM LESÕES DE ASPECTO BIZARRO
Aluno de Iniciação Científica: Marcela Robl (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina
Orientador: Vânia Oliveira de Carvalho
Colaborador: Renata Robl, Janaina Huczoc, Leide Parolin Marinonii
Departamento: Pediatria
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Fitofotodermatite , Psoralenos , Dermatite de contato
Área de Conhecimento: 40101088 - PEDIATRIA
A fitofotodermatite é uma reação fototóxica direta causada pelo contato com plantas que produzem substâncias conhecidas como furocumarinas (psoralenos). Essas são encontradas no copo de leite, coroa de cristo, arruda, limão, laranja. Em contato com a luz ultravioleta A, produzem as lesões ao DNA das células cutâneas e estimulam a produção de melanina. Sempre suspeitar se houver uma história do paciente de exposição a essas plantas e atividades ao ar livre em dias ensolarados. As lesões geralmente têm aspecto bizarro, com eczema, eritema, bolhas, manchas hipercrômicas. O diagnóstico pode se tornar difícil na faixa etária pediátrica porque, algumas vezes, os pais não se recordam do uso dessas substâncias ou não estão presentes no momento do contato. A falta de experiência do examinador também pode confundir as lesões com abuso infantil. O objetivo é apresentar as características clínicas da fitofotodermatite na faixa etária pediátrica para facilitar o reconhecimento clínico. Foi um estudo retrospectivo e descritivo de 2000 a 2010em que foram avaliados os prontuários de menores de 15 anos com esse diagnóstico atendidos no serviço de Dermatologia pediátrica do HC-UFPR. Os dados foram armazenados em planilha Excel e avaliados no programa JMP 8.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Foram observados 48 pacientes, 31 (64,6%) eram do sexo feminino e 17 (35,4%) do masculino. As lesões em 54,1% surgiram no verão e 21% na primavera, 12% no inverno e 10% no outono. A lesão apresentava aspecto bizarro ou escorrido e era uma mancha hipercrômica em 85,4%. 21% desenvolveram eritema e 10% bolhas. A idade de início da dermatose variou de 2 a 186 meses. A exposição mais observada foi com a fruta cítrica (21%), sendo o limão o mais comum (12,5%), e em 75% dos casos o agente não foi identificado. As mãos foram a região mais acometida (35%). No tratamento, 52% receberam hidratação, 15% anti-histamínico, 23% corticóide, 65% filtro de proteção solar. Concluímos que a fitofotodermatose foi mais observada no gênero feminino e nos meses quentes. Sendo a fruta cítrica a principal causa e a mancha hipercrômica a lesão mais frequente. O diagnóstico é clínico, e pode ser difícil, sobretudo na criança, em que o agente desencadeante é dificilmente identificado. Além disso, a falta de experiência do profissional pode levar a diagnósticos errôneos e investigações desnecessárias.